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Investigação aponta que SWAT matou ex-fuzileiro americano por engano

Do UOL Notícias

Em São Paulo

27/05/2011 19h23

Um vídeo divulgado nesta quinta-feira pela polícia que investiga a morte do ex-fuzileiro naval americano, Jose Guerena, 26, morto dentro de sua própria casa, no Estado do Arizona (EUA), apresenta indícios de que ele foi assassinado por engano pela SWAT, unidade de elite da polícia americana.

Na manhã do último dia 5 de maio, Guerena estava em casa, próximo a Tucson, no Arizona, com a mulher e um dos dois filhos, quando foi surpreendido pelos policiais, que faziam uma operação de busca por drogas e traficantes no bairro onde o ex-fuzileiro morava.

Segundo a CNN, o vídeo da operação exibido pelos investigadores do caso mostra que os policiais se aproximaram da casa, bateram e, em seguida, arrombaram a porta e entraram já efetuando disparos. Foram mais de 70 tiros, dos quais 22 teriam atingido Guerena. Ele morreu na frente da mulher, Vanessa Guerena, e do filho caçula, de 4 anos. O outro, de 6, estava na escola na hora da invasão.

Além do vídeo, a polícia também divulgou o áudio da ligação de Vanessa para o 911, pedindo socorro para o marido.

A imagens contestam a versão da polícia, que afirmou que na hora da invasão, Guerena teria reagido e efetuados vários disparos com um fuzil. No entanto, não foram encontradas drogas na casa do ex-fuzileiro, nem nada que o ligasse ao assunto. Além disso, Guerena não possui antecedentes criminais e sua arma ainda estava com a trava de segurança.

O advogado de defesa da SWAT, Mike Storie, alegou que os policiais "agiram da forma que foram treinados". "Se você está em uma situação de ameaça de morte, você está autorizado a responder", disse Storie.

Outro ponto contraditório na história é que os policiais afirmam que chegaram ao bairro com a sirene ligada. Mas segundo a reportagem do "The Huffington Post", vizinhos ouvidos por alguns investigadores independentes, entre eles Ray Epps, um fuzileiro aposentado que mora próximo ao local do crime e iniciou uma investigação paralela sobre o caso, disseram não ter ouvido nenhuma sirene naquele dia. Não se sabe se por medo de revelar o que realmente aconteceu ou porque, de fato, as sirenes não tocaram.

Guerena serviu no Iraque e foi dispensando há cinco anos. Ele trabalhava em uma mina em Tucson, e morava perto da cidade com a família.

"Tomamos conhecimento de que o departamento de investigação divulgou um volume alto de informações sobre o caso", disse Chris Scileppi, advogado de Guerena. "Vamos revisar esses documentos e CDs, para podermos comentar melhor em um futuro breve", completou o advogado.

Os cinco agentes envolvidos na ação continuam em atividade e nenhuma acusação formal contra eles foi apresentada.