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Chile fechará parque Torres del Paine em janeiro devido a incêndio; 700 turistas foram retirados

Do UOL Notícias*, em São Paulo

30/12/2011 16h40

O presidente do Chile, Sebastián Piñera, declarou zona de catástrofe a província de Última Esperanza, afetada por um incêndio que já consumiu 8.500 hectares, e afirmou que o Parque Nacional Torres del Paine, atingido pelo fogo, ficará fechado todo o mês de janeiro.

“Decidimos declarar zona de catástrofe a província afetada e solicitei ao ministro de Agricultura (Luis Mayol) e à ministra do Meio Ambiente (María Ignacia Benítez) que viajem e possam coordenar pessoalmente todas as medidas necessárias”, anunciou Piñera.

Nesta manhã, 700 turistas foram retirados das zonas de risco, e o acesso de turistas à região foi proibido até novas instruções.

Piñera também pediu ajuda internacional para combater o incêndio no parque, que fica na Patagônia e é um dos principais pontos turísticos do país. O fogo já dura três dias.

No Escritório Nacional de Emergência (Onemi, na sigla em espanhol), o mandatário disse que será solicitada a ajuda de países como Estados Unidos, Austrália e Argentina, para fazer frente às linhas de fogo, que tendem a crescer com rapidez.

O fogo teve início na tarde de terça-feira no setor do lago Grey, no norte das Torres del Paine, um imponente grupo de montanhas visitadas todos os anos por milhares de turistas. O Parque Nacional Torres del Paine tem uma superfície de 230.000 hectares. Para esta sexta, estão previstos ventos fortes.

Críticas

Grupos ambientalistas criticaram a demora do governo do Chile em atuar no controle ao incêndio. O ativista Luis Mariano Rendón, da ONG Ação Ecológica e defensor do movimento "Patagônia sem Represas", destacou que, segundo os próprios dados do Executivo, na quinta-feira havia "quase mais brigadistas argentinos que integrantes do Exército do Chile combatendo as chamas".

Rendón afirmou que, "diante da falta de ação governamental, pudemos ver por meio das redes sociais que grupos voluntários começaram a se organizar em Punta Arenas para ir defender o Parque".

"Queríamos ver este governo, que é tão ágil para lançar água na população que luta por seus direitos, ser igualmente ágil para lançar água nas chamas que consomem nosso patrimônio natural", declarou.

O diretor da Secretaria Nacional de Emergência do Chile, Vicente Núñez, explicou que ontem o combate ao incêndio foi feito com a ajuda de 120 voluntários e que hoje o número de pessoas deve duplicar com a ajuda de funcionários da Corporação Nacional Florestal do Chile (Conaf), de membros do Exército, de bombeiros e de brigadistas argentinos.

*Com informações do jornal "El Mercurio" e das agências ANSA e AFP