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Não há evidências de que atirador francês tenha ligação com a Al Qaeda, diz investigador

Do UOL, em São Paulo

23/03/2012 10h21

Um investigador do governo francês afirmou que as autoridades ainda não têm evidências de que o atirador Mohamed Merah tinha ligações com a Al Qaeda.

Merah, suspeito de ter realizado três ataques separados, matando quatro pessoas em uma escola judaica e três soldados na região de Toulouse, na França, foi morto em um tiroteio com policiais após longo cerco em volta da sua casa, na quinta-feira (22).

O funcionário do governo francês, que integra o grupo que investiga o caso e não quis se identificar, disse que não há provas de que Merah tenha "sido treinado ou tenha tido contato com grupos organizados ou jihadistas".

O procurador da República, François Molins, chegou a dizer que Merah viajou para o Afeganistão e Paquistão e, segundo promotores, o atirador tinha contatos com a Al Qaeda. No entanto, o Afeganistão, as forças americanas e da Otan neste país, além do Paquistão, asseguraram não haver traços da passagem por estes países de Merah.

Um grupo islâmico pouco conhecido assumiu responsabilidade pelas mortes na região de Toulouse, mas há a suspeita de que o ato tenha sido apenas oportunístico.

Em um texto, a organização "Jund al-Khilafah" (“os soldados do Califado”, em árabe), convocou a França a revisar sua política hostil em relação aos muçulmanos. No passado, a organização também reivindicou a autoria de ataques no Afeganistão e no Cazaquistão.

A mensagem foi publicada no site Shamikh, que geralmente divulga comunicados da Al Qaeda. Segundo o comunicado, a matança de Toulouse --que vitimou quatro pessoas em uma escola judaica-- foi praticada por "Yusef, o francês", classificado como "um dos cavaleiros do Islã". "Essa operação bendita sacudiu os pilares dos sionistas cruzados no mundo inteiro (...) e nós a reivindicamos", afirma o grupo no texto.

O grupo exigiu que o governo francês "revise sua política em relação aos muçulmanos no mundo" e "abandone suas tendências hostis ao Islã (...)"; essa política, segundo o grupo, só vai gerar "desgraça e destruição".