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Braço-direito de ex-dirigente chinês Bo Xilai pega 15 anos de prisão

Do UOL, em São Paulo

24/09/2012 00h34

O Tribunal de Chengdu condenou nesta segunda-feira (24) a 15 anos de prisão Wang Lijun, 52, braço-direito do ex-dirigente chinês Bo Xilai.

Wang, ex-vice-prefeito de Chongqing e ex-chefe de polícia, foi acusado de quatro crimes: deserção, manipulação da lei em seu próprio benefício, abuso de poder e corrupção.

Em fevereiro, o ex-vice-prefeito conseguiu ir até o consulado dos EUA em Chengdu, onde denunciou a má conduta de seu antigo chefe e afirmou que a esposa de Bo, Gu Kailai, estava envolvida como a morte do empresário britânico Neil Heywood.

Segundo ata do julgamento, publicado pela agência de notícias "Xinhua", Wang pediu no consulado asilo político alegando "estar sob ameaça por suas investigações em casos criminais".

O documento também afirmou que antes de se refugiar no consulado, Wang disse ao então chefe do Partido Comunista em Chongqing que sua esposa era "suspeita" do crime, e por isso recebeu uma bofetada de Bo Xilai.

A menção de Bo na ata judicial abre possibilidade do ex-dirigente ser acusado por cumplicidade e abuso de poder, mas por enquanto ele está sendo apenas investigado por violar as regras do partido.

A esposa de Bo foi condenada por homicídio e sentenciada à morte com pena suspensa, o que na prática evita sua execução. Os analistas esperam que Wang receba uma pena relativamente branda, mas, segundo a advogada de Wang, "não era conveniente" arriscar uma possível sentença.

Após o veredicto ser conhecido, espera-se que o destino de Bo seja definido. 

Até agora, Bo foi somente acusado por quebrar a disciplina interna do partido.

O escândalo de Bo abalou o governo chinês, expondo rixas dentro do Partido Comunista, que governa o país e tem entre alguns de seus membros fortes defensores das políticas populistas, com inclinações de esquerda, de Bo. O caso se desenrola num momento em que a China se prepara para a escolha de um novo presidente, fato que ocorre a cada dez anos no país.

(Com Efe e Reuters)