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Chávez é reeleito de novo presidente na Venezuela e agradece pelo Twitter

Do UOL, em São Paulo

07/10/2012 23h56Atualizada em 08/10/2012 01h01

O presidente venezuelano, Hugo Chávez, 58, venceu as eleições presidenciais deste domingo (7) e agradeceu a vitória pelo Twitter: "Obrigado ao meu amado povo!!! Viva a Venezuela!!! Viva Bolívar!!!.

Em outra mensagem, escreveu: "Obrigado, meu Deus! Obrigado a todos e a todos".

Após 14 anos no poder, ele foi reeleito para governar o país por mais seis anos. Com a vitória, Chávez ficará no poder até 2019, quando completará 20 anos como presidente. Segundo o CNE (Conselho Nacional Eleitoral), com 94% das urnas apuradas até às 4h desta segunda-feira (8), Chávez recebeu 54,66% dos votos (7,7 milhões) contra 44,73% (6,3 milhões) do rival, Henrique Capriles.

A presidente do CNE, Tibisay Lucena, chegou a dizer durante o dia que não seriam divulgadas apurações parciais, mas somente o resultado final. No entanto, com pessoas ainda aguardando nas filas para votar em algumas seções eleitorais, o CNE anunciou a vitória de Chávez. Os venezuelanos votaram com um sistema 100% informatizado de urnas eletrônicas.


Durante a votação, os dois presidenciáveis afirmaram que aceitariam os resultados das urnas. Chávez votou acompanhado de personalidades da esquerda latino-americana, como a ex-senadora colombiana Piedad Córdoba, a prêmio Nobel da Paz e dirigente indígena Rigoberta Menchú e o nicaraguense Miguel D'Escoto, ex-presidente da Assembleia Geral das Nações Unidas.

O presidente também recebeu o apoio pessoal do jornalista espanhol Ignacio Ramonet, da senadora uruguaia Lucía Topolansky e do ator americano Danny Glover.

Capriles votou durante a tarde em Las Mercedes, na região de Caracas, afirmando que a vontade do povo será respeitada nestas eleições.

"O que o povo disser hoje é sagrado para mim, quem participa deste processo aceita as regras", disse Capriles ao recordar sua carreira política como governador, prefeito e presidente da extinta Câmara dos Deputados como líder do partido democrata cristão COPEI.

O campo chavista se mobilizou de madrugada com seu tradicional toque de despertar por todo o país. Sua estratégia foi garantir que a campanha 1X10 funcionasse: cada militante deveria estimular pelo menos dez pessoas a votar.

Já a oposição pediu o "um mais dois": todo aquele que votou em suas primárias de fevereiro deveria convencer outras duas pessoas de apoiar Capriles.

O general Wilmer Barrientos, encarregado dos 139.000 militares mobilizados no país, não relatou qualquer anormalidade. "Há alguns pequenos detalhes que estamos resolvendo", disse à rede oficial VTV.

"Acordei cedo porque vim depositar meu voto pelo futuro presidente outra vez, que vai vencer praticamente com dois ou três milhões de votos de vantagem", disse à AFP o chavista Julio Urbina, em um centro de votação do bairro popular de Petare, em Caracas.

Outro eleitor, Miguel de Vares, de 29 anos, disse diante de um centro de votação no bairro de Chacao que "as pessoas estão buscando algo diferente" nestas eleições.

"Acho que se não houver resultados em coisas básicas, como insegurança, é melhor confiar (o governo) a outra pessoa", disse.

Chávez, de 58 anos e desde 1999 no poder, chegou às eleições na liderança da maioria das pesquisas, embora Capriles, de 40 anos e ex-governador do populoso estado de Miranda (norte), tenha diminuído a distância que o separa do presidente.

O presidente do país com as maiores reservas de petróleo mundiais prometeu aprofundar sua "revolução socialista" em caso de vitória.

Capriles ofereceu um modelo baseado no brasileiro, que concilie os setores público e privado, e acabar com a forma personalista de governar de Chávez, que concentra um grande poder em suas mãos e exerce um controle absoluto sobre os meios de comunicação estatais.

Além de Capriles e Chávez, os únicos com chances reais de vencer as eleições, concorreram outros quatro candidatos: os sindicalistas Orlando Chirinos e Reina Sequera, o engenheiro Luis Reyes e a padeira María Bolívar. (Com agências internacionais)