Topo

Tempestade Sandy mata 38 pessoas nos EUA, 17 são de Nova York

Água na passagem subterrânea do Battery Park, em Nova York, chega ao nível da rua - Louis Lanzano/AP
Água na passagem subterrânea do Battery Park, em Nova York, chega ao nível da rua Imagem: Louis Lanzano/AP

Do UOL, em São Paulo

30/10/2012 14h46Atualizada em 30/10/2012 18h01

A passagem da tempestade Sandy já causou 38 mortes nos Estados Unidos, de acordo com a Associated Press. Nova York contabilizou 17 mortos. 

Cinco mortes foram registradas na Pensilvânia, uma delas de um menino de oito anos. Quatro pessoas morreram em Nova Jersey em decorrência da queda de árvores. Segundo a agência AFP, em Maryland, uma mulher bateu com o carro em uma árvore e morreu; outra pessoa também morreu no Estado. Em Virgínia Ocidental, outra mulher colidiu com um caminhão em meio a uma tempestade, informou a polícia. Duas pessoas morreram em Virginia, três em Connecticut e uma na Carolina do Norte. Uma mulher também morreu após o navio réplica HMS Bounty afundar. A tempestade Sandy matou pelo menos 67 pessoas em sua passagem pelo Caribe, 51 delas no Haiti. Uma mulher morreu no Canadá por causa da tempestade. No total, foram 97 mortes causadas pelo Sandy.

Mais de 6,5 milhões de pessoas estão sem energia no país. Em Nova York, o prefeito da cidade, Michael Bloomberg, em entrevista nesta terça-feira (30), disse que milhares de casas estão sem energia e que pode demorar dois dias ou mais para que a situação volte ao normal.

Com ventos de cerca de 130 km/h, a tempestade atingiu o solo da costa leste do país ao sul de Atlantic City, em Nova Jersey, por volta das 22h (horário de Brasília) nesta segunda-feira (29).

O nível da água no Battery Park, no sul da ilha de Manhattan, passou de 4,1 metros de altura por volta das 22h45 (20h45 horário local), de acordo com informações da agência de notícias Efe. Esse nível é o mais alto da história registrado no local, superando a marca anterior de 3,4 metros alcançada em 1821.

Pouco antes de chegar ao território norte-americano, o Centro Nacional de Furacões dos EUA rebaixou a classificação do fenômeno de "furacão" para "ciclone pós-tropical" --o que significa que não é mais impulsionado por temperaturas quentes, mas seus ventos ainda têm a força dos de um furacão.

A Bolsa de Valores de Nova York continua fechada nesta terça, mas se espera que amanhã já seja aberta. É a primeira vez desde 1888 que a instituição fecha por dois dias seguidos, segundo a agência AP. Uma empresa de prevenção de desastres estimou que os prejuízos podem chegar a US$ 20 bilhões, de acordo com a agência Reuters.

Calcula-se que a tempestade forçou o cancelamento de 15 mil voos nos Estados Unidos, número que deverá aumentar em pelo menos 2.800 ao longo desta terça.

Nova York parada; desatre no metrô

A cidade de Nova York está totalmente paralisada com o fechamento do transporte público, escolas, universidades, tribunais, teatros, grandes empresas, da bolsa de valores, dos monumentos e dos museus. As Nações Unidas anunciaram que sua sede continuará fechada nesta terça-feira, por causa da tempestade.

  • Andrew Kelly/Reuters

    Paramédicos removem pacientes do Hospital Universitário de Nova York por falta de energia na unidade

Segundo a Efe, o presidente da Autoridade Metropolitana de Transporte, Joseph Lhota, afirmou nesta terça que o transporte público de Nova York "nunca enfrentou um desastre tão devastador" em seus 108 anos de existência.

A tempestade causou graves danos à infraestrutura do metrô, dos trens, dos ônibus e dos túneis da região. A água das inundações entrou em sete túneis do metrô nova-iorquino.

Por causa da falta de energia, cerca de 200 pacientes do Langone Medical Hospital, da Universidade de Nova York, tiveram de ser removidos às pressas na madrugada desta terça. 

Além disso, um guindaste ameaça cair de um arranha-céu em construção na ilha de Manhattan. O projeto promete ser um dos prédios residenciais mais altos de Nova York.

Eleição presidencial

Na reta final da disputa eleitoral, a tempestade também alterou os planos das campanhas de Barack Obama e Mitt Romney.

O atual líder cancelou um ato de campanha junto com o ex-presidente Bill Clinton em Ohio, e declarou estado de emergência em nove estados, para que estes possam solicitar ajuda federal.

O candidato à reeleição pelo Partido Democrata também desistiu de um ato previsto para esta terça-feira em Wisconsin, outro estado-chave na disputa, a fim de continuar vigiando a evolução do ciclone.

"Não estou preocupado com o impacto do furacão nas eleições. Estou preocupado com o impacto no povo", disse Obama na Casa Branca. Romney, por sua vez, cancelou comícios políticos na Virgínia e em New Hampshire.

Em dois condados litorâneos da Carolina do Norte, Ocracoke e Dare, a Junta Eleitoral ordenou o fechamento de colégios eleitorais que recebiam a votação antecipada, e fará o mesmo nesta terça no condado de Pamlico.