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Em entrevista, irmã de suspeito de atirar em jovem ativista paquistanesa pede desculpas

Malala se recupera num hospital britânico, em Birmingham, em foto divulgada no dia 19 de outubro - Queen Elizabeth Hospital/University Hospitals Birmingham/AFP
Malala se recupera num hospital britânico, em Birmingham, em foto divulgada no dia 19 de outubro Imagem: Queen Elizabeth Hospital/University Hospitals Birmingham/AFP

Do UOL, em São Paulo

06/11/2012 14h06

Rehana Haleem, irmã de Attah Ullah Khan, principal suspeito de balear a adolescente Malala Yousufzai,15, no dia 9 de outubro, pediu desculpas à jovem em entrevista à rede de televisão "CNN". “O que ele fez foi intolerável”, afirmou. “Malala é como uma irmã para mim, gostaria de expressar minha preocupação com ela em nome de toda nossa família. Espero que ela se recupere bem”. A polícia ainda procura o atirador e outros dois suspeitos, que ainda não foram identificados.

Para Haleem, Kahn realmente esteve envolvido com o ataque. “Se ele fosse inocente, teria vindo ajudar a família”, disse. “Seu comportamento foi o de um homem culpado”.

Um dia após o atentado, a família do suposto atirador foi interrogada pelas forças de segurança paquistanesas em uma instalação militar.

Exigiram que Haleem fizesse contato com Kahn por telefone celular. “Eu disse que não era possível. Eu estava grávida e doente, então depois de um dia ou dois ele me liberaram”.

Parte da família de Haleem – incluindo sua mãe e o marido - ainda estão sob a custódia do Exército.

O atentado

A tentativa de assassinato aconteceu quando o ônibus escolar em que Malala estava foi abordado por homens armados nos arredores da cidade de Mingora, no vale do Swat. Eles atiraram na cabeça e nuca da jovem, além de alvejar outras duas meninas sem gravidade.

O Taleban reivindicou a autoria do atentado, e uma nota atribuída a um porta voz do grupo dizia que "Malala foi alvo por seu papel pioneiro na defesa da laicidade e da chamada moderação".

Desde os 11 anos, ela tem encorajado os paquistaneses a enfrentarem o Taleban. À época, ela trabalhava para a "BBC" e tinha um blog onde falava sobre as dificuldades de, na condição de mulher, conseguir estudar no Swat.


Recuperação

Malala se recupera dos ferimentos no hospital de Birmingham, na Inglaterra. O médico responsável por seu tratamento, Dave Rosser, afirmou que em um ou dois meses ela deve ser liberada, já que não sofreu dano cerebral.

O Taliban divulgou uma nota após o atentado, afirmando que caso ela sobreviva eles irão atacar novamente. Rehman Malik, ministro do Interior paquistanês, disse que a segurança da jovem e de sua família está garantida caso desejem retornar para o Paquistão. (Com informações da CNN)