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Coreia do Norte lança foguete de longo alcance; comunidade internacional condena

Em Seul (Coreia do Sul), homem assiste pela TV a notícia sobre lançamento de foguete pela Coreia do Norte - Jung Yeon-je/AFP
Em Seul (Coreia do Sul), homem assiste pela TV a notícia sobre lançamento de foguete pela Coreia do Norte Imagem: Jung Yeon-je/AFP

Do UOL, em São Paulo

12/12/2012 02h39Atualizada em 12/12/2012 11h48

A Coreia do Norte lançou nesta quarta-feira (12), às 9h51 local (22h51 de terça-feira, em Brasília), o foguete de longo alcance Unha-3, da base de Dongchang-ri, no noroeste do país.

A bordo do foguete, segundo a agência estatal de notícias KCNA, havia um satélite meteorológico e de observação Kwangmyonsong-3 (Estrela brilhante-3).

No entanto, Estados Unidos, Japão, Coreia do Sul e China, entre outros países ocidentais, e  ONU consideram o foguete um teste de míssil balístico disfarçado, o que é proibido pelas sanções aprovadas pelo Conselho de Segurança da ONU em 2006 e 2009.

O foguete foi lançado a partir da plataforma de satélites de Sohae.  Segudo a Coreia do Norte, o satélite lançado em um foguete portador de longo alcance entrou na órbita polar às 9h59 locais (22h59 de Brasília).

A ONU condenou os lançamento. Em nota oficial o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon disse que a ação foi  uma “clara violação” das resoluções das Nações Unidas, o que “desafia” a comunidade internacional.

“É ainda mais lamentável porque desafia o forte e unânime apelo da comunidade internacional. É uma clara violação da Resolução 1.874 [de 2009], ao abrigo da qual o Conselho de Segurança pede que a Coreia do Norte não leve a cabo lançamentos usando tecnologia de mísseis balísticos”, disse Ban Ki-moon.

O Conselho de Segurança da ONU informou que o órgão, composto por 15 nações, vai discutir o lançamento durante uma reunião programada para outros assuntos, que começa às 13h (horário de Brasília) desta quarta. Mas diplomatas disseram que dificilmente haverá alguma medida mais dura, devido à oposição da China, única aliada de peso de Pyongyang.

Segundo a imprensa japonesa, Tóquio, Washington e Seul estão de acordo em adotar novas sanções contra a Coreia do Norte, em níveis equivalentes aos impostos ao Irã.

Washington qualificou o lançamento de quarta-feira de "ação provocativa", vendo nele uma violação das resoluções da ONU. "A comunidade internacional deve trabalhar de forma coordenada para enviar à Coreia do Norte uma mensagem clara de que suas violações das resoluções do Conselho de Segurança têm consequências", disse a Casa Branca em nota.

Na última sexta-feira (7), o governo japonês havia ameaçado abater o suposto míssil caso ele passasse sobre o território do país ou ameaçasse a população. Tóquio informou que o foguete passou sobre a ilha de Okinawa, no extremo sul do país, mas não foi interceptado pela defesa antiaérea local. "O míssil que a Coreia do Norte chama de 'satélite' (...) passou sobre Okinawa às 10h01. Não ativamos qualquer interceptação", explicou o gabinete do primeiro-ministro japonês.

A China condenou o lançamento do foguete, assinalando que Pyongyang deve respeitar as resoluções do Conselho de Segurança da ONU. Segundo informou a agência oficial "Xinhua", o Governo chinês pediu a todas as partes envolvidas na região que mantenham a "cabeça fria" e evitem uma escalada da tensão na península coreana.

O foguete lançado era composto de três fases. Segundo fontes sul-coreanas, o lançamento foi bem sucedido e seus estágios caíram nas zonas anunciadas pelo governo da vizinha Coreia do Norte. O primeiro estágio caiu em águas sul-coreanas do Mar Amarelo, a oeste da península coreana. A segunda fase teria caído no mar ao sudoeste da península coreana, enquanto a terceira caiu em águas do leste das Filipinas por volta das 10h05 local (23h05 de Brasília), de acordo com fontes oficiais japonesas.

O lançamento do Unha-3 é o segundo realizado este ano pela Coreia do Norte e também o segundo sob a liderança do jovem Kim Jong-un, após uma primeira tentativa fracassada em abril deste ano. (Com Efe e AFP)