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Câmara dos EUA aprova plano contra "abismo fiscal"

O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, havia solicitado à Câmara dos Representantes que apoiasse o acordo já aprovado no Senado - Michael Reynolds/EFE
O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, havia solicitado à Câmara dos Representantes que apoiasse o acordo já aprovado no Senado Imagem: Michael Reynolds/EFE

Do UOL, em São Paulo

02/01/2013 02h38Atualizada em 02/01/2013 11h29

A Câmara dos Representantes dos Estados Unidos aprovou na madrugada desta quarta-feira (2) o projeto legislativo destinado a cancelar os efeitos do chamado "abismo fiscal", que poderia levar a principal economia do mundo à recessão.

Os legisladores aprovaram sem mudanças, por 257 votos a favor e 167 contra, o projeto encaminhado pelo Senado, que mantém as reduções tributárias para a maioria dos americanos e adia por dois meses os drásticos cortes automáticos nos gastos públicos.

Em breve declaração à imprensa, o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, comemorou o acordo e assegurou que constitui "apenas um passo" dentro de um esforço mais amplo de fortalecimento da economia.

Entre os republicanos que votaram a favor do compromisso figuram o próprio presidente da Câmara, John Boehner, e o ex-candidato à Vice-Presidência do país Paul Ryan.

A votação na Câmara aconteceu após uma intensa jornada na qual os republicanos, que ostentam a maioria, estiveram a ponto de fazer o compromisso desandar.

Destacados dirigentes do partido se pronunciaram contra o pacto firmado na segunda-feira (31) entre o vice-presidente do país, Joe Biden, e o líder da minoria republicana do Senado, Mitch McConnell.

Um número significativo de membros republicanos exigia a introdução de uma emenda para cortar as despesas do Governo em US$ 300 bilhões. Essa medida, no entanto, requeria uma maioria de 217 votos, o que o presidente da Câmara viu não ser possível reunir.

Na próxima quinta-feira (3), iniciará sua caminhada um novo Congresso, saído das eleições de 6 de novembro, e os projetos que não tiverem sido adotados, como poderia ser o caso do pré-acordo fiscal do Senado, serão cancelados.


Entre outras medidas, o acordo do Senado transforma em permanente o nível atual da carga tributária para 98% das famílias e 97% dos pequenos negócios. Por outro lado, eleva o imposto para os casais com rendas anuais superiores a US$ 450 mil, que voltarão a contribuir com uma taxa de 39,6%, como era há duas décadas, em vez dos 35% atuais. Trata-se da primeira alta de impostos produzida nos EUA com apoio bipartidário em 20 anos.

Origens

O atual impasse tem suas origens em 2011, em uma tentativa fracassada de enfrentar o limite de endividamento do governo e o déficit orçamentário.

Na época, republicanos e democratas concordaram em adiar as difíceis decisões sobre gastos até o fim de 2012 e estabeleceram cortes compulsórios caso não houvesse acordo até 31 de dezembro. A data também marcava o fim de isenções de impostos introduzidas no governo de George W. Bush.

Com isso, indivíduos e empresas serão afetados simultaneamente com aumento de impostos e redução em contratos, benefícios e apoio do governo.

Cerca de US$ 607 bilhões em cortes no orçamento e aumento de impostos estão previstos, incluindo cortes na verba da Defesa, mudanças no sistema de saúde para idosos e impostos mais altos para pessoas físicas. Desempregados e pessoas com salários baixos irão perder benefícios. (Com Efe)