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Com Beyoncé, posse pública de Obama deve ter menos da metade do público de 2009

Obama celebra a vitória nas eleições ao lado da mulher, Michelle, em novembro passado - Jewel Samad/AFP Photo
Obama celebra a vitória nas eleições ao lado da mulher, Michelle, em novembro passado Imagem: Jewel Samad/AFP Photo

Do UOL, em São Paulo

21/01/2013 06h00

Após uma apertada vitória nas urnas, será realizada nesta segunda-feira (21), a cerimônia pública de posse do segundo mandato do presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, em Washington. A expectativa é que o ato atraia menos da metade dos espectadores da posse de 2009, mas com um esquema de segurança mais incrementado.

Os organizadores estimam que até 800 mil pessoas compareçam, número menor que o 1,8 milhão de quatro anos atrás. Chamada de "Fé no futuro dos EUA", a festa acontece na ala oeste do Capitólio. No caso de mau tempo, vai para dentro do Capitólio, como ocorreu na segunda posse de Ronald Reagan, em 21 de janeiro de 1985.

"Adoro a ideia de um programa que comece com Chuck Schumer e termine com Beyoncé", brincou Brent Colburn, diretor de comunicação do comitê especial a cargo dos eventos da posse (PIC, na sigla em inglês), referindo-se ao senador democrata de Nova York que abrirá a cerimônia e a estrela pop que a fechará cantando o hino nacional.

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Kelly Clarkson, James Taylor, a banda Fun e outros artistas também estarão em eventos relacionados. A cantora Beyoncé, assumidamente pró-Obama, já cantou "At Last", de Etta James, enquanto Obama e sua mulher, Michelle, dançavam na primera posse.

Um CD será lançado com as 16 músicas favoritas de Obama interpretadas por artistas como John Legend, o elenco da série "Glee", Katy Perry, Stevie Wonder, Alicia Keys e Usher.

Plano de segurança

A 57ª posse presidencial no país conta com um plano de segurança que envolveu a polícia do Capitólio, o Exército, o Congresso e o PIC. "Os preparativos começaram quando terminou a última posse", disse Colburn. Na primeira posse houve muitas queixas por desorganização e filas.

O desfile posterior à cerimônia pública deve contar com mais de 10 mil pessoas, incluindo 2.300 membros das Forças Armadas e de diversos grupos cívicos.

"Não posso dizer nada sobre ameaças específicas, mas tenham a certeza de que estamos preparados para responder a qualquer assunto que aparecer", declarou Shenelle Antrobus, porta-voz da polícia do Capitólio, referindo-se a protestos, ameaças ou emergências.

O Serviço Secreto lidera os planos de segurança de segunda-feira, que incluem restrições ao espaço aéreo, fechamento de ruas e vigilância reforçada nos transportes públicos.

Não foram revelados o número de seguranças, o custo das atividades, nem os doadores e doações que bancaram a posse, mas o PIC prometeu divulgar informações em até 90 dias.

Como previsto na Constituição americana, cerimônias privadas de posse para Obama e para o vice-presidente, Joe Biden, aconteceram no domingo (20). As celebrações começaram no sábado com um Dia Nacional de Serviço, que incluiu mais de 2.000 eventos de serviço voluntário em todo o país. Os atos terminam na terça-feira (22) com o tradicional Dia Nacional de Oração na catedral de Washington.

Desafios

Os desafios que Obama deve enfrentar em seu segundo mandato não são novos e já estão na agenda do presidente. O grande problema agora é solucioná-los.

Uma economia em dificuldade: Os EUA estão lentamente saindo de sua pior crise desde a Grande Depressão. O desemprego caiu, mas permanece insistentemente alto, em 7,9%, e a criação de vagas continua lenta demais para absorver os milhões de americanos desempregados ou com subempregos. O crescimento econômico também permanece vagaroso - 2% no terceiro trimestre.

Irã: O país está presente em diversos desafios da política americana: reduzir a presença dos EUA no Afeganistão, garantir a estabilidade do Iraque, promover a resolução do conflito entre Israel e os palestinos, lutar contra o terrorismo, garantir acesso livre a energia e impedir a proliferação nuclear. Os EUA continuam determinados a evitar que o Irã fabrique armas nucleares. O Irã afirma que seu programa nuclear tem fins pacíficos, e seus líderes prometeram resistir às crescentes sanções internacionais que estão enfraquecendo sua economia.

Medicare: O enorme programa de saúde do governo para americanos com mais de 65 anos ou deficientes deve ficar sem dinheiro em breve. Com quase meio século, o programa é considerado uma das conquistas dos democratas, mas sofre com pressões de dois lados: o crescente aumento dos custos de um sistema de saúde ineficaz e a iminente aposentadoria da geração do "baby boom". O programa de seguro de internação do Medicare deve ficar sem dinheiro em 2024. O programa de consultas médicas e medicamentos com receita, vão crescer de 2% do PIB no ano passado para 3,4% do PIB em 2035.

Atuação com o Congresso: Obama se encontra mais uma vez rivalizando com um Congresso dividido que viveu em impasse nos últimos quatro anos, quase sem conseguir aprovar qualquer legislação mais polêmica. A maioria dos analistas prevê que o Congresso continuará dividido, com os republicanos com o controle da Câmara dos Representantes e os democratas mantendo uma pequena margem de vantagem no Senado. (Com agências internacionais e BBC)