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Coreia do Norte declara nulo cessar-fogo com Seul

Do UOL, em São Paulo

11/03/2013 02h42

A Coreia do Norte declarou "completamente nulo" nesta segunda-feira (11) o armistício que pôs fim à Guerra da Coreia (1950-53) e garantiu, por meio do jornal "Rodong Sinmun", que está se preparando para uma guerra iminente contra a Coreia do Sul e os Estados Unidos.

"Agora é o momento da batalha final", afirmou a publicação do regime após declarar inválido, como anunciou na semana passada, o cessar-fogo vigente há seis décadas. O editorial afirmou que "ninguém pode prever" o que vai acontecer na região, onde a tensão permanece elevada.

O jornal acrescentou que Pyongyang deixou seus mísseis estratégicos e os sistemas de lançamento múltiplo de foguetes de prontidão para um ataque. Além disso, afirmou que todos os cidadãos do país se transformaram em soldados, em uma nova advertência que chega após vários dias de ameaças do regime por meio de seus meios de comunicação.

A vizinha Coreia do Sul assegurou que o acordo de armistício não foi invalidado, pois, legalmente, sua anulação requer a conformidade das duas partes, como indica o texto assinado pelas duas Coreias no dia 27 de julho de 1953.

"Consideramos que o armistício segue de pé e, portanto, descartamos tecnicamente a guerra com o Norte", disse à Agência Efe um porta-voz do ministério de Seul, encarregado dos assuntos entre as duas Coreias.

Coreia do Norte corta única linha de comunicação com Coreia do Sul

Horas antes, o porta-voz confirmou que o regime de Kim Jong-un suspendeu de forma unilateral a linha telefônica da aldeia fronteiriça de Panmunjom, a única via de comunicação entre Seul e Pyongyang, geralmente usada para assuntos de urgência.

O exercício militar anual "Key Resolve", realizado por Coreia do Sul e EUA, que começou hoje e vai até o dia 21, foi o responsável por desencadear as ações norte-coreanas.

Devido ao tom elevado das ameaças da Coreia do Norte, as forças conjuntas de defesa de Seul e Washington mantêm um alerta elevado diante do temor que o regime comunista realize algum tipo de agressão física contra o sul.

Os aliados, cujo exercício militar "Key Resolve" se combina com outro atualmente em curso, o "Foal Eagle", acreditam na possibilidade de Pyongyang também iniciar manobras militares em grande escala nesta semana.

A nova ofensiva verbal é mais um degrau da recente campanha de ameaças do país comunista. Na quinta-feira (7), a ONU impôs novas sanções econômicas e comerciais por conta do teste nuclear de 12 de fevereiro, o terceiro do país após os realizados em 2006 e 2009.

Os EUA mantêm 28.500 soldados no território sul-coreano para defenderem seu aliado diante de um hipotético ataque do norte, seis décadas após o armistício que decretou o fim da Guerra da Coreia. Os dois países continuam tecnicamente em guerra, pois nenhum acordo de paz foi formalizado desde então. (Com Efe)