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Escolhido sucessor pelo próprio Chávez, desafio de Maduro é manter chavismo vivo

Do UOL, em São Paulo

02/04/2013 06h00

Após a morte de Hugo Chávez, um ex-motorista de ônibus tem a missão de dar continuidade ao chavismo na Venezuela. Seu nome é Nicolás Maduro, 50. 

NICOLÁS MADURO


Nicolás Maduro Moros
- 50 anos
- Ex-motorista de ônibus
- Chavista
- Ex-deputado
- Ex-chanceler
- Ex-vice-presidente
- Atual presidente em exercício
- Concorre pela 1ª vez à presidência

Ex-ministro das Relações Exteriores do país, Maduro tornou-se o político mais próximo a Chávez desde que o ex-presidente foi diagnostico com câncer, em maio de 2011.

Sua amizade com Chávez, no entanto, começou em 1992, quando o ex-presidente foi preso por uma tentativa de golpe. 

Na época, Maduro foi uma das vozes mais ativas pela libertação de Chávez, que estava preso na cadeia de Yare. Durante o período de ativismo, o atual candidato chavista conheceu sua mulher, a advogada Cilia Flores.

A amizade com Chávez se fortaleceu a ponto de se tornar o principal confidente do ex-presidente. Durante toda a luta contra o câncer, Maduro teve acesso a detalhes médicos, em um tratamento que virou segredo de Estado.

Carreira política

Maduro militou por muitos anos na Liga Socialista, uma organização política revolucionária que, após muitas fusões, ajudou a criar o chavista Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV).

Entre 1991 e 1998, o candidato trabalhou como condutor do metrô de Caracas. Durante este período, foi presidente do sindicato da categoria.

Também durante a década de 1990, participou do MVR, partido pelo qual participou da campanha eleitoral de 1998, que elegeu Hugo Chávez presidente da Venezuela.

No ano seguinte, foi eleito deputado e participou da Assembleia Constituinte de 1999. Em 2000 e 2005 foi eleito novamente deputado.

Em 2006, a pedido de Hugo Chávez, deixou sua cadeira na Assembleia para assumir como ministro das Relações Exteriores da Venezuela (chamado pelo governo chavista de Ministério do Poder Popular para os Assuntos Exteriores).

Chanceler chavista

A escolha de Maduro como chanceler venezuelano foi criticada pelo fato de o atual candidato não ter formação universitária. 

Chávez costumeiramente citava Maduro como exemplo de alguém do povo que chegou ao poder.

Como chanceler, apesar de manter as criticas chavistas ao “império norte-americano”, Maduro era conhecido por ser uma voz mais afável no governo de Chávez. 

Mesmo assim, Maduro entrou em conflito com os Estados Unidos quando, por exemplo, chamou  o subsecretário de Estado dos Estados Unidos John Negroponte de “funcionariozinho”. 

Maduro também criticou ferozmente seu atual adversário, Henrique Capriles, quando o rival disputou a presidência contra Chávez.

“Ele é uma bichona fascista”, afirmou na ocasião. Maduro precisou se desculpar e disse que "não especularia com a opção sexual de Capriles nem de ninguém".

Presidente interino

Em 10 de outubro do ano passado, Maduro foi nomeado vice-presidente, ocupando o cargo deixado por Elías Jaua que concorreu ao posto de governador do Estado de Miranda.

Em dezembro, assumiu a presidência interina da Venezuela quando Chávez se licenciou do cargo para tratamento médico. Maduro assumiu o poder com a morte do ex-presidente, em 5 de março deste ano.