Topo

Maduro confirma oitava morte causada por protestos na Venezuela

Do UOL, em São Paulo

17/04/2013 18h31

O presidente eleito da Venezuela, Nicolas Maduro, confirmou a morte da oitava vítima ocorrida em meio aos protestos contra o resultado das eleições presidenciais de domingo (14), que deram vitória a Maduro contra o oposicionista Henrique Capriles. Maduro venceu o pleito com 50,8% dos votos, frente aos 49% para Capriles, em uma disputa apertada.

“Nos informaram sobre o falecimento de uma compatriota que estava ferida no hospital de Llanito (no município de Baruta, a leste de Caracas)”, disse Maduro durante encontro com governadores chavistas no Palácio Miraflores, sede do governo em Caracas, transmitida pelo canal oficial VTV.

UOL NA VENEZUELA

  • "Se ganho por um voto, ganhei", diz Maduro em discurso de vitória

  • Partidários de Capriles montam barricadas e fazem panelaço

  • Chavistas celebram proclamação de Maduro e criam teorias para vitória apertada

A mulher foi identificada como Rosiris del Valle Reyes, de 44 anos. Ela foi atingida por uma bala na região da coluna dentro de uma clínica onde médicos cubanos atuam em Caracas.

Até ontem o governo venezuelano confirmava a morte de sete pessoas nos confrontos e pelo menos 61 feridos.

Maduro responsabilizou Capriles pelas mortes, pelo fato de o oposicionista ter convocado um panelaço no dia seguinte das eleições que reivindicaria a recontagem dos votos.

Capriles rechaçou as acusações e ontem pediu para os manifestantes protestarem 'em paz'. Desde então, o oposicionista vem fazendo forte apelo para a recontagem de votos. Nesta quarta, ele deve apresentar um pedido formal ao CNE (Conselho Nacional Eleitoral) de impugnação do resultado da eleição de domingo (14).

Os Estados Unidos também deram força aos apelos por recontagem nesta quarta, depois que o secretário de Estado norte-americano, John Kerry, declarou que ainda não decidiram se reconhecem Maduro como presidente da Venezuela, à espera de um esclarecimento da controvérsia sobre a recontagem dos votos.

No entanto, a presidente do TSJ (Tribunal Supremo de Justiça), Luisa Morales, declarou nesta quarta que a recontagem manual de votos "é algo impossível" na Venezuela, já que as leis do país obrigam que o escrutínio e todo o processo eleitoral seja automatizado.

"Se enganam aquelas pessoas que acreditam que essa contagem possa ser feita", disse.

Maduro, por sua vez, disse que vai acatar "total e plenamente" a decisão do CNE com respeito a solicitação de revisão dos resultados.

"Apoiaremos total e plenamente o que o Poder Eleitoral decida [...] porque eles são a autoridade eleitoral do país", disse Maduro nesta quarta durante reunião de governo no Palácio Miraflores.

Chavistas pedem destituição de Capriles como governador

Em contrapartida, cerca de 200 simpatizantes do governo, por sua vez, se manifestaram do lado de fora da sede do governo do Estado Miranda para pedir a destituição de Capriles do cargo de governador.

Os simpatizantes chavistas exibiam cartaz em apoio ao presidente eleito Nicolás Maduro, em manifestação convocada pelo governo, dentro da crise política desatada pelo não reconhecimento por parte de Capriles dos resultados das eleições e sua convocação a mobilizações de ruas que, segundo o governo, deixaram 7 mortos na segunda-feira.

Como o governo, os manifestantes responsabilizaram também Capriles pelos atos de violência registrados nos protestos convocados por Capriles contra a vitória de Maduro.

O clima entre oposição e governo está tenso desde domingo. Apesar de exigir uma ação legal contra Capriles e chamá-lo de fascista, Maduro, no entanto, disse que ele seria protegido.

"Eu sou um homem de paz e de palavra. Eu pedi à (agência estatal de inteligência) Sebin para manter a proteção do ex-candidato da direita, embora ele tenha se livrado de quem o estava protegendo", declarou Maduro via Twitter. (Com agências internacionais)