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Amigos de acusado de atentado em Boston dirigiam carro com placa escrito "terrorista nº1"

Do UOL, em São Paulo

02/05/2013 20h17

Os estudantes cazaques, presos na ultima quinta-feira (1º) por jogar fora um laptop e uma mochila do acusado pela atentado na Maratona de Boston, nos Estados Unidos, no último dia 15 de abril, dirigiam uma BMW com uma placa com os dizeres "terrorista nº 1". A imprensa norte-americana voltou a levantar suspeitas sobre a real contribuição dos jovens no atentado que matou três pessoas e deixou mais de 260 feridos. 

Saiba mais sobre os russos suspeitos dos ataques em Boston

  • Os dois suspeitos apontados pelo FBI como responsáveis pelas explosões da Maratona de Boston foram identificados como sendo os irmãos Dzhokhar A. Tsarnaev (à dir.),19, preso pela polícia, e Tamerlan Tsarnaev, 26, morto após tiroteio. Os dois são russos, provenientes de uma região próxima à Tchetchênia, e residentes legais nos Estados Unidos há no mínimo um ano.

Dias Kadyrbayev, 19, e Azamat Tazhayakov, 19, foram acusados oficialmente de conspiração por obstruir a Justiça, após terem admitido que jogaram fora o laptop e a mochila de Dzhokhar Tsarnaev. Ambos conheciam o suspeito da Universidade de Massachusetts, em Dartmouth. 

Em entrevista a uma rede de televisão do Cazaquistão, segundo o jornal "Boston Globe", os pais dos alunos afirmaram que a placa não se passava de uma brincadeira. A placa teria sido um presente de uns amigos espanhóis.

"A placa não significa que eles sejam um Osama bin Laden, tampouco terroristas (...) Não quer dizer que eles iriam explodir alguém", disse o pai de Azamat, Amir Ismagulov, que é membro do conselho da cidade de Atyrau [conhecida como a capital do petróleo], no Cazaquistão. De acordo com ele, os cazaques usaram a placa no carro por quatro meses e ninguém foi preso.

O pai contou ainda que o filho teria ligado para ele assim que foi detido. "Ele me disse que não tinha ideia que Tsarnaev era o tipo de cara que faria mal a alguém e que só se envolveu com ele por causa da universidade. Ele disse ainda: 'estamos em estado de choque'."

Para Murat Kadyrbayev, o pai de Dias, a placa pode acabar gerando problemas, "mas era apenas uma brincadeira de seus amigos espanhóis, apenas um presente".

Em nota, o governo do Cazaquistão enfatizou que os jovens não foram acusados de qualquer envolvimento nos atentados. "Nós gostaríamos de enfatizar que os nossos cidadãos não estão envolvidos nas explosões na Maratona de Boston. Eles foram acusados apenas de destruir provas", disse o Ministério dos Negócios Estrangeiros do Cazaquistão, em um comunicado publicado em seu site.

Caçada por suspeitos do atentado passou por três cidades nos EUA

  • Arte UOL

Fabricação de bomba 

Cerca de um mês antes do atentado na Maratona de Boston, Dzhokhar Tsarnaev disse para o amigo Dias Kadyrbayev durante um almoço, que “sabia fabricar uma bomba”.

Segundo autoridades americanas, este fato pode incriminar ainda mais Dzhokhar que, em depoimento logo após ser preso, afirmou ter sido chamado pelo irmão mais velho, Tamerlan, 26, para executar o atentado apenas dias antes do ataque.

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Kadyrbayev também trocou uma série de mensagens de celular com Dzhokhar, logo após o atentado. O estudante mandou um torpedo para o amigo dizendo que ele se parecia com um suspeito mostrado pela televisão.

“Dzhokhar respondeu dizendo 'risos' e outras coisas como 'é melhor você não me mandar mensagens' e 'venha até meu quarto e pegue tudo aquilo que você quiser'”, revelou um agente do FBI.

Atentados

No dia 15 de abril, duas bombas foram detonadas perto da linha de chegada da Maratona de Boston. Três dias depois, os irmãos Tamerlan Tsarnaev, 26, e Dzhokhar Tsarnaev, 19, de origem tchetchena, foram identificados como suspeitos a partir de imagens gravadas por câmeras de segurança. No dia 18, o mais velho foi morto pela polícia e, no dia seguinte, o mais novo foi preso

Dzhokhar está detido e se recupera em um hospital penitenciário federal. Ele foi acusado formalmente de crimes que poderão ser punidos com pena de morte. O corpo de Tamerlan ainda não foi reivindicado. “Ainda não fomos procurados pela família”, disse Terrel Harris, porta-voz do examinador médico chefe do Estado. (Com AP)