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Polícia prende engenheiro de prédio que desabou em Bangladesh; mortos passam de 500

Do UOL, em São Paulo

03/05/2013 04h17Atualizada em 03/05/2013 04h28

A polícia prendeu nesta quinta-feira (2) um engenheiro que ajudou o dono do prédio que desabou em Bangladesh a adicionar, de forma ilegal, três andares à construção. O número de mortos em decorrência do incidente ultrapassa 500. As informações são da agência AP.

O engenheiro Abdur Razzak Khan trabalhava como consultor do proprietário do edifício quando três andares foram acrescentados ilegalmente ao prédio, segundo a polícia. Khan foi detido suspeito de negligência.

De acordo com a imprensa local, o engenheiro foi acionado pelo dono do prédio para inspecionar a construção quando foram notadas rachaduras. Khan esteve no local no dia 23 do mês passado. Em entrevista a uma emissora de TV, ele relatou que havia recomendado ao proprietário que evacuasse o edifício por falta de segurança. O prédio desabou horas depois.    

O engenheiro é a sexta pessoa presa suspeita de envolvimento no desabamento do edifício que abrigava fábricas têxteis nos arredores da capital Dacca no dia 24 do mês passado.

No último domingo (28), o dono do prédio foi preso quando tentava viajar para a Índia. De acordo com a polícia, Mohammed Sohel Rana foi detido na fronteira de Bangladesh. Ele é suspeito de ter violado as normas de construção vigentes.

No sábado (27), outras quatro pessoas foram detidas suspeitas de estarem envolvidas no desabamento do prédio. Os acusados são dois donos de oficinas têxteis e dois funcionários municipais que asseguraram, um dia antes do acidente, que o imóvel era seguro.

Prefeito é afastado

O governo de Bangladesh afastou nesta quinta-feira (2) o prefeito do município onde ocorreu o desabamento.

Mohammed Refatula, prefeito da cidade industrial de Savar, vizinha da capital Dacca, foi acusado de "negligência" e "inação" por não ordenar o fechamento do edifício apesar de um dia antes do acidente terem aparecido rachaduras no imóvel.

Segundo a imprensa local, o prefeito foi acusado também de ter praticado "irregularidades" ao aprovar a construção do edifício, que contava com oito andares e abrigava milhares de trabalhadores em diferentes fábricas de roupas.

Número de mortos ultrapassa 500

A quantidade de pessoas mortas na tragédia chegou a 501 nesta sexta-feira (3), informaram autoridades. Equipes de resgate têm usado guindastes para remover os escombros durante as buscas as vítimas.

O porta-voz do Exército, Shahinul Islam, confirmou o número de vítimas fatais após divulgar que as equipes de resgate retiraram 55 corpos dos escombros nas últimas horas.

Até agora, 2.437 pessoas foram retiradas com vida do que restou do prédio. O número oficial de desaparecidos é 149, embora acredita-se que essa quantidade seja maior. (Com agências internacionais)