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General que encabeçou golpe no Egito convoca protesto pró-Exército

Sisi, que foi indicado por Mursi, pede à população que legitime a repressão em protestos "terroristas" - REUTERS/Stringer
Sisi, que foi indicado por Mursi, pede à população que legitime a repressão em protestos "terroristas" Imagem: REUTERS/Stringer

Do UOL, em São Paulo

24/07/2013 08h46

Chefe do Exército do Egito e face pública do golpe de Estado no país, Abdel Fattah al-Sisi convocou protestos em todo o país na sexta-feira (26). O objetivo, diz ele, é dar aos militares um "mandato" para confrontar o que ele chamou de "violência e terrorismo" após a deposição do presidente islâmico Mohamed Mursi.

"Nós nunca recuaremos do mapa da estrada que desenhamos para a transição política do país", afirmou al-Sisi nesta quarta-feira (24), durante uma cerimônia militar. 

O militar, que também é o ministro da Defesa do Egito, disse que o apelo por protestos na sexta-feira não é uma convocação à violência, e expressou apoio aos esforços por uma reconciliação nacional.

Indicado por Mursi ao cargo, Sisi negou as acusações de que tenha traído o presidente deposto. "Eu pedi ao ex-presidente (Mursi) que governasse para todos os egípcios", afirmou ele, ao comentar a intervenção do Exército para tirar Mursi do poder após manifestações populares.

O general prometeu também seguir o calendário político estabelecido para uma reforma constitucional e a realização de novas eleições em até seis meses.

Temor e acusações

Há o receio de que o chamado para os atos de sexta-feira acabe gerando mais violência. Nas últimas manifestações no Egito, houve mortes. A Irmandade Muçulmana, grupo político de Mursi, acusa o Exército pelas mortes, e se diz vítima de perseguição pelos militares.

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Já manifestantes egípcios contrários a Mursi têm usado redes sociais, como o microblog Twitter, para denunciar integrantes da Irmandade levando armas e incitando confrontos nos protestos. 

Na segunda-feira (22), integrantes da Irmandade Muçulmana foram à praça Tahrir, no Cairo, e houve um confronto que terminou com quatro mortos. As circunstâncias das mortes são disputadas pelos dois lados do embate.

Família acusa Exército 

Também na segunda-feira, familiares do presidente deposto do Egito acusaram o Exército de sequestrar Mursi.

Os filhos do presidente afirmaram que irão processar o general que liderou o golpe de Estado no país na Justiça local e internacional.