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Sequestradas em Cleveland comiam uma vez por dia e não podiam usar banheiro

Do UOL, em São Paulo

01/08/2013 13h02

Além de permanecerem trancadas em casa por dez anos, as três jovens sequestradas por Ariel Castro em Cleveland, Ohio (EUA), só comiam uma vez por dia e não podiam usar o único banheiro existente na casa, segundo um memorando que detalhas os crimes de Castro apresentado nesta quinta-feira (1º).

Ariel Castro, que se declarou culpado na semana passada pelo sequestro, estupro e espancamento de Amanda Berry, 27, Gina DeJesus, 23, e Michelle Knight, 32, durante dez anos, terá sua sentença de prisão decretada em audiência que está acontecendo nesta quinta-feira (1º) em um tribunal do condado de Cuyahoga, em Ohio.

A sentença de Castro vem depois de ele ter aceitado, na última sexta-feira (26), um acordo proposto pela acusação, que o livra da pena de morte, mas o leva à prisão perpétua pelas mais de 900 acusações a que responde. Além da condenação à prisão perpétua, o acordo prevê um adicional de mil anos de cadeia, sem direito à liberdade condicional. Com isso, Castro, 53, não testemunhará e se declarará culpado por 937 acusações.

Usavam banheiros de plástico no quarto

Segundo o memorando apresentado pelo procurador Timothy McGinty, as jovens não tinham acesso ao banheiro localizado no primeiro andar da casa porque tinham que se manter no andar térreo.

"Elas só tinham acesso a banheiros de plástico nos quartos. Eles eram esvaziados com pouca frequência", disse.

Segundo o promotor, Castro usava o “frio do porão” e o “calor do sótão” como técnicas de punição das garotas.

Ainda segundo o memorando, as mulheres relatam cenas em que eram acorrentadas e trancafiadas em um quarto escuro antes da sessão de abusos sexuais, como se sentissem “prisioneiras de guerra”.

O memorando detalha também como Castro conseguiu sequestra-las. No caso de Knight, Castro teria prometido um filhote de cachorro ao filho dela, mas o animal estava dentro de sua casa.

O memorando inclui também uma avaliação clínica de um psiquiatra que avaliou a carga emocional que os dez anos de cativeiro causou nas mulheres.

Frank M. Ochenberg, professor clínico de psiquiatria da Universidade de Michigan, afirma que Berry manteve um diário que descrevia os abusos sexuais de Castro. Ela escrevia geralmente abordando a mãe.

Berry deu à luz a menina Jocelyn ainda em cativeiro. Um teste de DNA mostrou que Castro é o pai.

Joe Frolik, porta-voz McGinty, o porta-voz McGinty, disse que o memorando servirá como justificativa para a sentença de Castro caso venha sua defesa tente uma revisão de pena no futuro.