Turquia troca cúpula militar enquanto Justiça sentencia 300 por golpe
O governo da Turquia fez mudanças no alto escalão do Exército do país, em meio a um julgamento coletivo de cerca de 300 acusados por um suposto golpe contra o partido governista.
Nesta segunda-feira (5), a Justiça turca começa a emitir as sentenças de centenas de autoridades, políticos, advogados e jornalistas acusados de planejar ataques a bomba, assassinatos políticos e um golpe contra o Partido da Justiça e do Desenvolvimento (AKP), sigla governista.
O general da reserva Ilker Basbug, ex-chefe do Estado-Maior, foi condenado por participar da conspiração que ficou conhecida como "Ergenekon". Ergenekon é o nome da organização acusada de planejar os atentados.
O julgamento durou cinco anos, e dividiu a sociedade turca. Assim como no Egito, a população conta com o Exército para preservar o país da completa islamização da Turquia.
Das trocas anunciadas pelo governo, causou surpresa a aposentadoria forçada do general Bekir Kalyoncu, considerado favorito para um cargo de liderança. Em seu lugar, foi indicado o general Hulusi Akar, que deve substituir Necdet Ozel no comando das Forças Armadas do país em 2015.
Segundo jornais locais, a cúpula do Exército era contra a nomeação de Kalyoncu, tido como um crítico do governo.
Por isso, o julgamento dos acusados do suposto golpe é visto com ressalvas. O receio é de que a troca na cúpula militar seja mais um movimento do premiê Recep Tayip Erdogan para se aliar aos militares e se fortalecer no poder.
Protestos
Em junho deste ano, uma série de protestos tomou a Turquia. Inicialmente, as manifestações eram contra a demolição da praça Taksim, em Istambul, para dar lugar a um shopping center.
A repressão policial fez os protestos se transformarem em uma campanha contra o autoritarismo do governo e pela renúncia de Erdogan.
Após semanas de protestos, o premiê recuou e disse que aguardaria uma decisão judicial sobre a obra na praça.
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