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Síria tem uma semana para entregar armas químicas e evitar ataque, dizem EUA

Do UOL, em São Paulo

09/09/2013 08h30

O secretário de Estado norte-americano, John Kerry, deu nesta segunda-feira (9) o prazo de uma semana para o ditador sírio Bashar Assad entregar todo o arsenal de armas químicas do seu país à comunidade internacional para evitar um ação militar, mas acrescentou que o ditador não deve tomar essa medida.

Perguntado por um repórter se havia alguma coisa que o governo de Assad poderia fazer ou oferecer para evitar um ataque, Kerry disse: "Claro, ele poderia entregar cada uma de suas armas químicas à comunidade internacional na próxima semana".

"Entregar tudo, sem demora, e permitir a contabilidade completa e total (das armas), mas não parece que ele fará isso", acrescentou Kerry.

O secretário também afirmou não ter dúvidas de que Assad foi o responsável pelo ataque químico no último dia 21 de agosto nos arredores de Damasco. Segundo Kerry, o ditador sírio, um de seus irmãos e um general são as três pessoas que tomam conta do arsenal químico da Síria.

Mais uma vez, o secretário explicou que os Estados Unidos não "quer à guerra" na Síria e que uma intervenção seria "limitada" e "muito curta".  Kerry deixou claro que os EUA não estão falando de ir à guerra com o envio de tropas, mas de efetuar uma ação limitada para que o presidente sírio"preste contas" pelo uso de armas químicas.

Kerry especificou que a medida está baseada em "provas" e que o risco de não fazer nada é maior que o risco de atuar.

O secretário de Estado insistiu que ele e o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, estão "totalmente de acordo" em que o fim do conflito civil na Síria "requer uma solução política".

"Uma resolução não se encontra no campo de batalha, mas em uma mesa de negociações, mas temos que chegar a essa mesa", insistiu o chefe da diplomacia americana.

Kerry qualificou a situação humanitária na Síria de "catastrófica" e de "enormes proporções", por isso que considerou que deve ter uma resposta internacional para impedir que as atrocidades na Síria "não voltem a ocorrer".

Na entrevista coletiva, o ministro britânico das Relações Exteriores, William Hague, disse que "não pode haver impunidade" perante o uso de armas químicas no século 21 e que o Reino Unido trabalhará a favor da realização da conferência de paz em Genebra.

Em relação com a votação no Parlamento britânico de 29 de agosto, na qual os deputados rejeitaram uma intervenção militar na Síria, Kerry disse que a "especial relação" entre os dois países não será afetada por essa decisão.

Os laços entre o Reino Unido e EUA são "maiores que um voto ou um momento na história", acrescentou o secretário de Estado, que disse entender que o legado da Guerra do Iraque (2003) inquietou os deputados britânicos sobre uma eventual intervenção na Síria.

A reunião de Kerry com Hague fez parte de uma viagem europeia para obter apoio a uma possível intervenção na Síria. (Com Reuters e Efe)