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Greenpeace lança campanha na internet para pedir a liberação de ativistas presos na Rússia

A brasileira Ana Paula Alminha Maciel, 31, e outros 29 ativistas do Greenpeace foram presos por autoridades russas após protesto contra a exploração de petróleo no Ártico - Greenpeace/Nick Cobbing
A brasileira Ana Paula Alminha Maciel, 31, e outros 29 ativistas do Greenpeace foram presos por autoridades russas após protesto contra a exploração de petróleo no Ártico Imagem: Greenpeace/Nick Cobbing

Do UOL, em São Paulo

20/09/2013 16h49

O Greenpeace lançou nesta sexta-feira (20) uma campanha na internet para pedir a liberação de ativistas presos por autoridades russas após um protesto no Ártico. A brasileira Ana Paula Alminhana Maciel, 31, está entre os 30 tripulantes da embarcação da ONG detida pela Guarda Costeira da Rússia.

Segundo o Greenpeace, integrantes armados da guarda costeira abordaram a embarcação, o Arctic Sunrise, e prenderam todos os ativistas a bordo na última quinta-feira (19), um dia após dois integrantes serem presos por protestarem na lateral da plataforma Prirazlomnaya, de propriedade da gigante estatal de energia Gazprom.

"Estamos solicitando a urgente libertação de todos os ativistas, a imediata retirada da Guarda Costeira do nosso navio, e fim à exploração de petróleo offshore no Ártico permanentemente", pediu a unidade brasileira do Greenpeace por meio de um comunicado divulgado na internet.  No documento, o grupo divulga os contatos da embaixada e dos consulados da Rússia no Brasil para que as pessoas possam pressionar o governo russo pela liberação dos ativistas. 

Fabiana Ferreira Alves, coordenadora de Clima e Energia do Greenpeace Brasil, informou que o grupo foi até o Consulado da Rússia em São Paulo para entregar pessoalmente ao cônsul uma carta com o pedido da liberação dos ativistas, mas não foi recebido "com a alegação de que é proibido fazer protesto no local". Ainda assim já enviaram e-mails para os diplomatas, além de uma carta para o embaixador russo. Segundo ela, a entidade também já entrou em contato com o Itamaraty para pedir a intervenção do governo brasileiro no caso. 

O Serviço de Segurança Federal da Rússia negou a afirmação do grupo de que o navio estava em águas internacionais quando foi apreendido. De acordo com o órgão, o navio, registrado em Amsterdã, será rebocado para Murmansk, onde não deve chegar antes de segunda-feira (23).

Já a unidade regional do Comitê Investigativo da Rússia disse estar estudando a possibilidade de indiciar ativistas por pirataria, delito que pode levar a uma pena de até 15 anos de prisão.

O objetivo do protesto, como informou o Greenpeace, era chamar a atenção para a ameaça ao frágil ecossistema do Ártico, com a expansão da exploração de petróleo na área. A entidade informou que não teve nenhum contato com a tripulação por muitas horas e que as autoridades da polícia danificaram o equipamento de comunicações do navio.

O Ministério das Relações Exteriores da Rússia afirmou que o protesto do Greenpeace "foi provocativo e agressivo e tem a marca de atividade extremista que poderia causar a morte de pessoas e outras consequências graves". E acrescentou que convocou o embaixador holandês para apresentar uma reclamação.

Para o Greenpeace, a verdadeira ameaça para a região não era seu navio de campanha, mas a exploração de energia de modo imprudente. "A segurança de nossos ativistas continua sendo a nossa prioridade e estamos trabalhando duro para ficar a par do que eles enfrentam", disse o chefe do grupo para a campanha sobre o petróleo do Ártico, Bem Ayliffe, em um comunicado. "Eles não fizeram nada para merecer esse nível de agressão e foram totalmente pacíficos em toda parte."

O UOL tentou entrar em contato com o Itamaraty para saber qual será a posição do governo brasileiro diante da conduta russa, mas, até a publicação da nota, não obteve retorno.