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Tiroteio em shopping no Quênia deixa dezenas de mortos; governo fala em ato terrorista

Do UOL, em São Paulo

21/09/2013 11h27Atualizada em 21/09/2013 15h50

Ao menos 30 pessoas morreram durante o ataque de um grupo armado dentro de um shopping center em uma das regiões mais nobres de Nairóbi, capital queniana, neste sábado (21), de acordo com fontes da polícia. Anteriormente o governo havia confirmado 11 mortes e a Cruz Vermelha, 22. Testemunhas afirmaram que os suspeitos atiraram granadas e dispararam contra as pessoas por volta de meio-dia, no horário local, quando o shopping estava cheio.

Segundo as emissoras de TV CNN e Al Jazeera, o grupo islâmico Al- Shabaab, ligado à Al Qaeda e com base na Somália, assumiu em nota a autoria do crime. Em 2011 os militantes já haviam ameaçado atacar a capital como forma de protesto pelo envio de tropas quenianas a seu país. 

Veja a localização de Nairóbi

Fontes do governo do Quênia chegaram a divulgar que os envolvidos no tiroteio eram de origem somali.

Pelo Twitter, o chefe da Polícia Nacional, David Kimaiyo, divulgou que um atirador foi ferido na ação e que outros haviam sido presos. A agência Reuters informou que ao menos uma prisão de um dos suspeitos foi confirmada pela Presidência da República, também na rede social. 

"Há a possibilidade de que seja um ataque de terroristas, por isso estamos levando o assunto muito a sério", disse à Reuters Mutea Iringo, o principal secretário do ministério do Interior. Segundo relatos, os atacantes vestiam turbantes pretos.

Um número desconhecido de reféns está há mais de oito horas em poder do grupo. Mutea afirmou, no Twitter, que "forças especiais estão dentro do prédio evacuando os civis" e que "a segurança foi reforçada em outros shoppings da cidade". De acordo com a Cruz Vermelha, cerca de 50 pessoas foram feridas na ação.

Segundo a AFP, um funcionário do governo afirmou que "os atacantes estão confinados em um dos andares" e que o resto do prédio já está sob controle do Exército.

Testemunhas disseram a uma TV local que alguns suspeitos trocaram de roupa e deixaram o local com os civis. A polícia negou as afirmações.

O shopping Westgate é frequentado por estrangeiros e quenianos com alto poder aquisitivo. De acordo com a rede BBC, a polícia pediu para que a imprensa interrompa as transmissões ao vivo do local, e os moradores foram orientados a não se aproximar da área.

'Muçulmanos serão poupados'

Elijah Kamau, que estava no local, afirmou que os atiradores disseram que “os não muçulmanos seriam os alvos, e que os islâmicos estavam a salvo”.

Questionado se serviços de segurança estrangeiros foram envolvidos na operação para expulsar os invasores, ele disse: "Nesse momento isso ainda não se tornou necessário". Unidades do Exército também chegaram ao local para auxiliar a polícia.

Segundo relatos, algumas pessoas chegaram a ficar 40 minutos escondidas em lojas e nos banheiros até escapar por uma saída nos fundos do shopping.

Manish Turohit, 18, ficou escondido no estacionamento do prédio por duas horas, e disse a jornais locais que os atiradores carregavam rifles de assalto AK-47, coletes à prova de bala e granadas. 

"Eles entraram e jogaram uma granada. Todos começaram a correr, e eles dispararam enquanto gritavam". (Com agências internacionais)