Topo

Imprensa argentina arrisca versões de como Cristina teria batido a cabeça

A presidente da Argentina, Cristina Kirchner, 60, é levada a centro médico de Buenos Aires para realizar novos exames depois do diagnóstico de traumatismo craniano; ela será operada amanhã - Pablo Molina/AP
A presidente da Argentina, Cristina Kirchner, 60, é levada a centro médico de Buenos Aires para realizar novos exames depois do diagnóstico de traumatismo craniano; ela será operada amanhã Imagem: Pablo Molina/AP

Do UOL, em São Paulo

07/10/2013 18h46

O governo argentino não revela como a presidente Cristina Kirchner, 60, sofreu um traumatismo craniano que provocou um hematoma subdural crônico e a deixará de repouso por pelo menos um mês. Sabe-se, apenas, que o acidente ocorreu no início de agosto. Cristina será operada nesta terça-feira (8) em Buenos Aires para fazer a drenagem do hematoma.

O analista político Eduardo van der Kooy, do jornal argentino "Clarín", escreveu que a pancada pode ter ocorrido durante uma de suas voltas de patins pela residência presidencial –segundo ele, a presidente contou, tempos atrás, que anda de patins pelo local nas horas livres.

Já o jornal "La Nación" afirma que uma das hipóteses mais prováveis é que a presidente tenha se machucado ao sair do avião presidencial. O incidente teria ocorrido em 9 de agosto, quando Cristina viajou de Buenos Aires a Rio Gallegos, a política teria tropeçado nas escadas do avião Tango 01 e caído. O jornal, no entanto, afirma que Cristina continuou normalmente suas atividades presidenciais após a suposta queda.

Outra fonte ouvida pelo "La Nación" afirma que Cristina teria escorregado em um tapete e caído na residência presidencial de Olivos, no dia 12 de agosto. O governo argentino não confirma nenhuma versão.

Traumatismo craniano

Até agora, a Casa Rosada se limitou a informar que Cristina "sofreu um traumatismo craniano em 12 de agosto e não houve sintomas", mas exames realizados no último sábado (5) detectaram um "hematoma subdural crônico". Foi recomendado, então, repouso de um mês, de acordo com a nota oficial lida pelo porta-voz da presidência argentina, Alfredo Scoccimarro.

O governo destacou que a presidente fará um "acompanhamento evolutivo clínico e de imagens", mas não explicou se Cristina recebeu a recomendação de repouso total.

No sábado (5), a presidente compareceu a uma clínica privada de Buenos Aires para realizar "um exame cardiovascular por uma arritmia e, por ter apresentado um quadro de cefaleia, foi solicitada uma avaliação neurológica". A análise levou ao diagnóstico de "hematoma subdural crônico" depois de ter sofrido o traumatismo craniano, disse Scoccimarro.

"Os hematomas subdurais acontecem quando se acumula sangue no espaço subdural, entre as membranas do cérebro, e os sintomas aparecem entre uma semana e um mês depois do traumatismo", disse o médico Fernando Iglesias.

A presidente argentina sofreu vários episódios de hipotensão nos últimos anos que a obrigaram a suspender atividades oficiais. Em janeiro de 2012, menos de um mês depois de ter iniciado o segundo mandato, a chefe de Estado foi submetida a uma operação de extirpação da glândula tireoide, mas os médicos constataram que ela não sofria de câncer como havia sido diagnosticado inicialmente.

Vice assume

O vice-presidente da Argentina, Amado Boudou, assumiu interinamente a presidência nesta segunda (7) após a licença de Cristina Kirchner. Ele deve ficar provisoriamente como chefe de Estado do país até a volta da presidente.

O período de repouso envolve as importantes eleições legislativas de 27 de outubro, que marcam a metade de seu segundo mandato, que vai até 2015.

A presidente Kirchner participava de vários eventos relacionados à votação, após a derrota de seu principal candidato nas primárias que consagraram os postulantes para as eleições parlamentares.

Boudou, 50, é ex-ministro da Economia de Cristina Kirchner, ficou no cargo entre 2009 e 2011. Ele esteve à frente da Previdência Social em 2008 para aplicar a lei do Congresso que estatizou os fundos privados de aposentadoria. O vice-presidente é investigado em um caso sobre tráfico de influência em favor de uma gráfica. Ele não foi indiciado pela Justiça devido à ausência de provas contra ele.