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Câmara dos Representantes cancela votação que poderia elevar teto da dívida dos EUA

Do UOL, em São Paulo

15/10/2013 20h17

A votação esperada para a noite desta terça-feira (15) na Câmara dos Representantes da proposta para a elevação do teto da dívida pública dos Estados Unidos foi cancelada por volta de 19h (20h no horário de Brasília). De acordo com informações da rede de TV CNN, a liderança republicana da Câmara não conseguiu apoio suficiente para levar a proposta à votação.

Os deputados republicanos já haviam apresentado uma tentativa de acordo à Casa Branca, na tarde de hoje, que não foi aceita pelo presidente Barack Obama.

Lideranças democratas e republicanas do Senado vinham costurando um entendimento, desde ontem, sobre como aumentar o teto da dívida, encerrar a paralisação --que entrou em sua terceira semana--, e evitar que os EUA entrem em default (ou deem o calote, deixando de pagar contas em dia). Representantes de ambos os partidos chegaram a declarar que o fim do impasse estava próximo, mas a Câmara decidiu fazer também uma proposta e apresentá-la ao governo nesta terça.

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O Departamento do Tesouro dos EUA ficará, a partir da próxima quinta-feira (17), sem poder cumprir com todos os seus compromissos. Por isso, o Congresso americano precisa votar o quanto antes a lei para elevar o limite do endividamento federal.

Ninguém sabe até que data exata o governo norte-americano conseguirá garantir seus pagamentos. Pode ser a qualquer momento depois de 17 de outubro, em função das variações diárias da tesouraria. Uma estimativa do Escritório do Orçamento situa a data entre 22 e 31 de outubro.

Outro impasse se dá para aprovar um orçamento que permita novos gastos. Democratas e Republicanos não chegaram a acordo no Congresso, e o governo federal está sem permissão para realizar gastos não essenciais desde 1º de outubro - o que fez grande parte do setor público parar de funcionar.

Em comparação ao que já havia sido desenhado pelo Senado, a proposta dos deputados não ficou muito diferente, mas exigia alterações na Lei de Saúde. Por exemplo, que o presidente, seu vice, secretários de gabinete e outros nomeados da Administração, assim como membros e funcionários do Congresso perdessem o direito a benefícios federais que atualmente ajudam a pagar seus planos de saúde.

Como o governo não aceitou os termos dos republicanos, a Câmara entrou em novas discussões para chegar a uma segunda proposta, que deveria entrar em votação no plenário na noite de hoje, o que não aconteceu.

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Os líderes no Senado, Harry Reid (democrata) e Mitch McConnell (republicano), tentam recolher o que restou da fracassada tentativa da Câmara de reabertura do governo, na noite desta terça. De acordo com o jornal “Washington Post”, ambos teriam boas expectativas quanto às próximas negociações.

“Dados os eventos desta noite, os líderes decidiram trabalhar na direção de uma solução que poderia reabrir o governo e prevenir um default. Eles estão otimistas que um acordo possa ser alcançado”, disse ao jornal o porta-voz de McConnell.

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