Americano preso injustamente por 23 anos ganha US$ 6,4 mi de Nova York
Um americano que ficou preso por 23 anos acusado de um assassinato que não cometeu, mas por um erro judicial, vai receber US$ 6,4 milhões de indenização da cidade de Nova York (EUA), após ser declarado inocente, em março do ano passado.
O acordo foi firmado antes mesmo de que uma ação judicial de direitos civis fosse proposta pedindo US$ 150 milhões, informa nesta quinta-feira (21) o jornal “The New York Times”, citando advogados da vítima.
David Ranta, 58, foi condenado injustamente pelo assassinato de um rabino na década de 90, durante um roubo, graças a um erro judicial induzido pelo trabalho investigativo falho do detetive Louis Scarcella, suspeito de ter inventado relatos e coagido testemunhas e informantes.
Ranta é o primeiro de uma série de pessoas que podem ter sido condenadas e presas injustamente com base em erros judiciais pelo trabalho de Scarcella e que, agora, começam a ser indenizadas pela Justiça de Nova York.
“Apesar de nenhum valor em dinheiro poder compensar os 23 anos que ele passou na prisão, este acordo lhe permite a estabilidade necessária para voltar a viver”, afirmou o advogado Pierre Sussman. Sussman adiantou ainda que vai buscar, agora, uma indenização do Estado.
Detetive orientou testemunha a mentir
O assassinato do rabino Chaskel Werzberger, em 1990, com um tiro na cabeça durante um assalto, comoveu a comunidade judaica de Williamsburg, no bairro do Brooklyn. Ranta foi preso em 1991 após provas testemunhais o indicarem como autor do crime.
Mas, anos depois --o jornal "The New York Times" não precisa o tempo-- uma das testemunhas do caso revelou que foi orientada à época pelo detetive do caso a acusar o homem “de nariz grande” --Ranta era o único suspeito que se encaixava nessa descrição.
Foi quando investigadores resolveram ir atrás de outras duas testemunhas, que também acabaram confessando que mentiram em juízo.
As descobertas somadas a afirmações de David Ranta de que o detetive Scarcella deu testemunho falso à Justiça de que teria colhido sua confissão --algo que nunca ficou comprovado-- fizeram com que Scarella fosse acusado de inventar confissões e coagir testemunhas e informantes.
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