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Após pressão da UE, Rússia diz que vai dialogar com Ucrânia

Do UOL, em São Paulo

05/03/2014 17h19Atualizada em 05/03/2014 22h52

Com mobilização internacional e pressão da União Europeia, a Rússia deu aval a um acordo para prosseguir nos próximos dias em diálogo com a Ucrânia sobre o impasse político que se estabeleceu entre os dois países.

A informação foi dada agora há pouco, na tarde desta quarta-feira (5), pelo chefe da diplomacia russa, Serguei Lavrov, após se reunir hoje em Paris com representantes dos EUA, do Reino Unido, da União Europeia e da própria França.

"Chegamos a um acordo para prosseguir com as discussões nos próximos dias a fim de ajudar a estabilizar, normalizar a situação e superar a crise", afirmou Lavrov.

O chanceler esteve no gabinete do chefe da diplomacia francesa, Fabius, com o secretário de Estado americano, John Kerry, e os ministros das Relações Exteriores alemão, Frank-Walter Steinmeier, e britânico William Hague, além da chefe da chanceler europeia Catherine Ashton.

Segundo Lavrov, a Rússia e os Estados Unidos estão de acordo em "restabelecer os acordos do dia 21 de fevereiro" entre o então presidente ucraniano Viktor Yanukovich e a oposição. 

"Concordamos com o fato de que é preciso ajudar os ucranianos", disse. Com a mediação da UE, os acordos previam um governo de unidade nacional e eleições depois de agosto.   

Ucraniano foi barrado de encontro por Lavrov 

A despeito das falas de Lavrov sobre manter um diálogo com a Ucrânia, o chanceler se negou, mais cedo, a se reunir com o correspondente ucraniano, Andrii Dechtchitsa, que deixou a França, de acordo com fontes diplomáticas, sem participar do encontro.

A atitude da Rússia foi repreendida pelos EUA, que chegaram a fazer um apelo para que o encontro acontecesse.

Apesar da pressão britânica e americana, "Sergei Lavrov se recusou a ver" Andrii Dechtchitsa, disse à AFP a embaixada da Ucrânia em Paris.

O chanceler ucraniano decidiu, então, deixar a França e retornar à Ucrânia, mas houve uma "mudança de planos", segundo a mesma fonte.

Sobre o desencontro proposital, John Kerry disse "eu não tinha nenhuma expectativa" [de que o encontro fosse acontecer], mas confirmou que chegou a um acordo com a Rússia após "intensas discussões" sobre a crise na Ucrânia.

"Iniciamos um processo hoje e esperamos que leve a uma desescalada" da crise, afirmou Kerry, após as negociações iniciais.

ONU pede 'diálogo construtivo’ 

O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, manteve contato telefônico com Kerry para discutir os últimos acontecimentos na Ucrânia.   

Ban pediu que a Rússia ajude a "reduzir as tensões" e a "manter um diálogo construtivo para colocar um fim à crise".

"É fundamental e urgente proteger a unidade, a integridade e a soberania da Ucrânia", concluiu.