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O MH370 pode ser um 'voo fantasma'? Conheça 5 casos anteriores

Bombeiros carregam corpo de vítima de acidente com Boeing 737 da Helios Airways, na Grécia, em 2005 - Louisa Gouliamaki/AFP
Bombeiros carregam corpo de vítima de acidente com Boeing 737 da Helios Airways, na Grécia, em 2005 Imagem: Louisa Gouliamaki/AFP

Do UOL, em São Paulo

27/03/2014 14h50Atualizada em 14/04/2014 19h48

Embora as circunstâncias sejam ainda um mistério, há um crescente consenso entre os investigadores do desaparecimento do voo MH370 em torno da idea de que, por algum motivo, o avião da Malaysia Airlines mudou de rota e voou de maneira estável a uma área remota até que o combustível acabou e ele caiu, afirmou nesta quinta-feira (27) o jornal "Washington Post".

Na última segunda-feira, o governo da Malásia anunciou que o voo havia "terminado" sobre o sul o oceano Índico sem deixar sobreviventes, sendo muito criticado pelos familiares dos ocupantes da aeronave ao não apresentar evidências.

Objetos detectados no mar por satélites e que poderiam ser do avião ainda não foram alcançados pelas equipes de busca. 

Segundo reportagem da "New York Magazine", "muito do que sabemos apoia a teoria de que o MH370 foi um 'voo fantasma' -- mais espeficamente, que um incêndio, uma despressurização ou algum outro evento catastrófico forçou o piloto a tentar um pouso de emergência, o que explicaria a misteriosa mudança de rota feita pelo Boeing 777".

"Antes que o pouso pudesse ser executado, diz a teoria, a tripulação ficou incapacitada, deixando o avião, cheio de pessoas mortas ou à morte, voando sozinho em direção oeste, sobre o oceano Índico, até que o combustível acabou e ele caiu do céu", continua a reportagem.

A revista lembra que "não seria a primeira vez que tal evento derrubou um avião". "As histórias de cinco 'voos fantasmas' anteriores podem jogar luz sobre o que aconteceu" com o voo da Malaysia Airlines, finaliza.

Eis a lista, de acordo com a "New York Magazine".

1. Boeing 737 da Helios Airways (2005)

Tripulação em terra colocou o sistema de pressurização do avião em modo manual para checar um suposto vazamento e esqueceu de colocá-lo em automático. A pressão começou a cair 13 minutos após o começo do voo, que ia do Chipre para Praga. Alarmes soaram a bordo, mas os pilotos, já sofrendo de hipóxia (baixa oxigenação), não agiram, e o avião continuou subindo. O Boeing 737 entrou no espaço aéreo grego e foi interceptado por dois F-16. De fora, eles viram os passageiros com máscaras de oxigênio e os pilotos caídos sobre a mesa de controle. O avião caiu em montanhas perto de Maratona, na Grécia, matando todos os 121 ocupantes. 

2. Learjet 35 (1999)

Dois tripulantes e cinco passageiros, entre eles o golfista Payne Stewart, morreram nesse acidente. O jato decolou da Flórida em direção a Dallas, nos EUA, mas 14 minutos depois já não havia contato com a cabine. Jatos foram despachados para ver qual era o problema e encontraram as janelas opacas e cobertas de gelo. Investigações apontaram que "a causa provável do acidente foi a incapacitação da tripulação como resultado de falta de oxigenação após uma perda de pressurização da cabine, por razões indeterminadas". O avião voou por 4 horas, caindo em um campo em Dakota do Sul, a 2.400 km de distância.

3. Beechcraft 200 Super King Air (2000)

O avião foi fretado para levar funcionários de Perth para uma mina na cidade de Leonora, ambas no oeste da Austrália. Após meia hora, a aeronave começou a ganhar muita altitude. Quando controladores de tráfego aéreo perguntaram ao piloto o que havia de errado, ele respondeu com a língua enrolada e depois ficou em silêncio. Por cinco horas seguidas, o avião sobrevoou a Austrália com seus oito ocupantes inconscientes devido à falta de pressão na cabine. Ele caiu mais de 3.000 km adiante.

4. Cessna 441 (1980)

O técnico de futebol americano Bo Rein estava a bordo de seu Cessna particular em um voo que deveria durar apenas 40 minutos, quando o piloto desviou da rota para evitar uma tempestade. O avião perdeu contato com o Controle de Tráfego Aéreo quando atingiu a altitude de 23.000 pés, mas continuou subindo, chegando a 41.000 pés -- 6.000 pés a mais do que permitido. Cerca de 1.600 km depois, sem combustível, o avião caiu em um espiral na costa da Virgínia. Foram encontrados apenas pequenos pedaços de destroços e nenhum corpo, mas investigadores acreditam que o piloto tivesse perdido a consciência devido a uma despressurização. 

5. Cessna 421  (2012)

O médico Peter Hertzak, 65, deixou Slidell, no Estado americano da Louisiana, em direção a Sarasota, na Flórida, pilotando seu Cessna, mas nunca chegou. Em certo momento, a Administração de Aviação Federal percebeu que o avião estava voando em círculos sobre o golfo do México. Como não havia resposta às comunicações via rádio, dois F-15 foram despachados para o local. O piloto já estava desacordado, e a janela, cheia de gelo, uma indicação de despressurização da cabine. Depois de duas horas em círculos, o avião caiu e afundou no mar. O corpo de Hertzak nunca foi encontrado. Nos dias seguintes, relatos deram conta de que ele havia sido proibido de realizar cirurgias, o que levantou a tese de suicídio. $escape.getH()uolbr_geraModulos($escape.getQ()embed-foto$escape.getQ(),$escape.getQ()/2014/voo-mh370-caiu-no-oceano-indico-1395683647214.vm$escape.getQ())