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EUA anunciam nova rodada de sanções contra a Rússia

Do UOL, em São Paulo

28/04/2014 10h06Atualizada em 28/04/2014 19h12

Os Estados Unidos congelaram ativos e proibiram a obtenção de vistos para sete cidadãos russos próximos ao presidente Vladimir Putin nesta segunda-feira (28) e também impuseram sanções a 17 empresas ligadas a ele em represália pelas ações de Moscou na Ucrânia.

O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, disse que as medidas, que ampliam as ações tomadas quando a Rússia anexou a Crimeia, no mês passado, têm o objetivo de impedir Putin de fomentar a rebelião no leste da Ucrânia. Obama acrescentou que está guardando medidas mais amplas contra a economia da Rússia.

Entre os sancionados estão Igor Sechin, chefe da empresa de energia estatal Rosneft ROSN.MM e o vice-primeiro-ministro, Dmitry Kozak.

A União Europeia, que tem mais a perder do que Washington com as sanções contra a Rússia, que é um dos principais fornecedores de energia e parceiro comercial da UE, também deve anunciar novas penalidades após governos dos países membros chegarem a um acordo preliminar, segundo diplomatas.

Os Estados Unidos vão negar licenças de exportação de todos os itens de alta tecnologia que possam contribuir para a capacidade militar russa e vão revogar as licenças de exportação existentes que atendam a essas condições, informou a Casa Branca.

Essa foi a terceira rodada de sanções que os Estados Unidos impuseram. Todas as sanções tiveram como alvos indivíduos e empresas.

"O envolvimento da Rússia na recente onda de violência no leste da Ucrânia é indiscutível", disse um comunicado da Casa Branca.

Nas Filipinas, onde está em viagem, Obama afirmou: "O objetivo não é ir atrás de Putin pessoalmente. O objetivo é mudar o seus cálculos no que diz respeito à forma como as ações em curso, das quais ele está participando na Ucrânia, podem ter um impacto negativo sobre a economia russa no longo prazo".

No entanto, tais medidas não conseguiram deter Putin até o momento. Moscou ignorou sanções específicas anteriormente.Os Estados Unidos anunciaram, na manhã desta segunda-feira (28), a adoção de novas sanções contra a Rússia por conta da crise na Ucrânia.

A Rússia afirmou que  responderá às novas sanções anunciadas pelos Estados Unidos, segundo o vice-ministro russo de Relaciones Exteriores, Sergei Riabkov.

"Certamente vamos responder", declarou Riabkov. "Temos certeza de que essa resposta terá um efeito doloroso para Washington", completou.

Nenhuma das sanções adotadas desde o começo da crise teve o efeito de dissuadir a Rússia. 

Prefeito atacado

O prefeito da cidade ucraniana de Kharkiv, Gennady Kernes, está em estado grave após ser baleado nas costas nesta segunda-feira, informou o escritório de imprensa da prefeitura.

"O chefe da Admnistração de Kharkiv foi atingido por um disparo nas costas. Agora ele está na mesa de operações. Os médicos tentam salvar sua vida", disse o comunicado oficial citado pelas agências locais.

Kernes, de 54 anos, pedalava sua bicicleta pelo mesmo trajeto que faz quase todos os dias quando foi atingido, provavelmente por alguém escondido em bosques próximos, disse a porta-voz do governo local, Iryna Kushcjenko.

Seus guarda-costas o seguiam em um carro, mas não se encontravam próximos o bastante para intervir, disse ela.

O Ministério do Interior informou que Kernes foi levado à emergência do hospital de Kharkiv. "Médicos classificam seu estado como sério", disse o ministério em comunicado.

Kernes, egresso dos próprios quadros da administração local, foi acusado há dois meses pelos novos líderes ucranianos pró-Ocidente de promover o separatismo ao ter demandado a independência quando manifestantes pró-Rússia assumiram o controle de prédio públicos.

Forças ucranianas expulsaram os rebeldes neste mês, o que fez de Kharkiv a única grande cidade no leste do país a ter retomado o controle das mãos de manifestantes armados, que pedem um referendo sobre a independência de maior parte do leste da Ucrânia.

(Com agências internacionais)