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Ex-gêmeas siamesas comemoram 18 anos como as melhores da turma nos EUA

Do UOL, em São Paulo

10/06/2014 12h12Atualizada em 10/06/2014 17h02

As gêmeas Emily e Caitlin Copeland comemoram 18 anos de vida nesta terça-feira (10), e a festa não é só pelo aniversário, mas também pelo sucesso da cirurgia que separou as duas irmãs, que nasceram unidas pelo fígado.

Moradoras de Houston (Texas, EUA), as bebês compartilharam o órgão por dez meses antes de serem encaminhadas ao centro cirúrgico.

“Eu acho que fazer 18 anos é emocionante para qualquer um, mas, em particular para nós, acho que é uma grande bênção ter chegado aos 18, considerando o que poderia ter acontecido”, diz Caitlin.

Desde o procedimento de separação, as irmãs puderam ter uma vida normal e agora concluem o ensino médio como as melhores alunas da turma, na Lutheran High North, onde farão o discurso de formatura. 

A vitória das duas é também da mãe delas, Crystal, que nunca se esquecerá do dia em que ficou sabendo que esperava gêmeas siamesas. O fenômeno ocorre a cada 200 mil nascimentos. Entre os casos, 35% sobrevivem por um dia apenas e entre 40% e 60% vêm ao mundo já mortos.

Para complicar a situação, em 1996, ano do nascimento das duas, a tecnologia de imagem e as técnicas cirúrgicas nessa área não eram tão avançadas.

“Na época, se você procurasse por ‘gêmeos siameses’ no Google, tudo o que achava eram cenas de apresentações de circo e bebês que tinham morrido”, diz Crystal.

Por estarem unidas pelo fígado, os riscos de morte eram menores para as duas meninas. Mesmo assim, elas ainda iam enfrentar grandes desafios.

Uma delas nasceu com um bloqueio no intestino, o que levou o médico Kevin Lally, que cuidava do caso, a indicar uma cirurgia dois dias após o nascimento e também o procedimento de separação.

Mas, durante a cirurgia para resolver o problema no intestino, os médicos descobriram que os órgãos funcionavam por meio de apenas uma das crianças. Assim, ficou decidido que a separação só ocorreria quando elas estivessem maiores.

Por dez meses, a mãe das garotas acompanhou o desenvolvimento de uma filha mais forte, que rolava sobre a irmã menor,  tentando engatinhar enquanto arrastava a gêmea mais fraca, até que a cirurgia foi feita, com sucesso.

Hoje, tantos anos depois, só restaram as cicatrizes desse início de vida compartilhada.

“Nem sempre você pode ver os resultados a longo prazo do que você faz, e é legal quando você pode ver um que é bom”, comemora o médico Lally. (com Associated Press)