Topo

''O Hamas vai pagar'', diz premiê israelense após morte de jovens sequestrados

Da esq. à dir.: Eyal Yifrah, 19, Naftali Fraenkel, 16, e Gilad Shaar, 16, que desapareceram em 12 de junho - Montagem/Reuters
Da esq. à dir.: Eyal Yifrah, 19, Naftali Fraenkel, 16, e Gilad Shaar, 16, que desapareceram em 12 de junho Imagem: Montagem/Reuters

Do UOL, em São Paulo

30/06/2014 18h30

O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, jurou vingança contra o Hamas depois que os corpos de três jovens israelenses, sequestrados em 12 de junho, foram encontrados nesta segunda-feira (30).

“Eles foram sequestrados e assassinados a sangue frio como animais”, disse Netanyahu. “O Hamas é responsável e o Hamas vai pagar”, completou.

O premiê também prestou suas condolências às famílias das vítimas, dizendo que o coração de toda a nação “está sangrando”.

Shimon Peres, presidente de Israel, também afirmou que o país vai encontrar os assassinos dos jovens. “Nos últimos 18 dias a nação orou para que o destino dos jovens fosse eles estarem vivos e bem. Agora que a notícia amarga veio, a nação israelense lamenta a morte prematura de nossos melhores jovens. Juntamente com a profunda tristeza, continuaremos firmes na punição dos terroristas atrozes.”

O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, também se pronunciou sobre o crime, afirmando que foi um “ato insensível de terror”.

“Como pai, eu não posso imaginar a dor indescritível que os parentes desses jovens estão sentindo. Os EUA condenam nos termos mais fortes possíveis esse ato de terror insensível contra a juventude inocente”.

Corpos achados

Os corpos de três adolescentes israelenses que haviam sido sequestrados na Cisjordânia neste mês foram encontrados nesta segunda-feira (30) ao norte da cidade de Hebron, segundo fontes do gabinete do primeiro-ministro de Israel.

30.jun.2014 - Israelenses acendem velas na praça Rabin, em Tel Aviv, nesta segunda-feira (30), após anúncio de que os corpos dos três adolescentes israelenses foram encontrados. Os jovens desapareceram no dia 12 de junho no sul da Cisjordânia. O grupo islâmico Hamas é apontado como o autor do sequestro e assassinato - Oren Ziv/AFP - Oren Ziv/AFP
Israelenses acendem velas na praça Rabin, em Tel Aviv, após anúncio de que os corpos dos três adolescentes israelenses foram encontrados
Imagem: Oren Ziv/AFP

Os jovens teriam sido mortos a tiros e os corpos encontrados a 4,8 km do local apontado como o ponto do desaparecimento. Segundo o jornal “New York Times”, os corpos estavam enterrados sob pedras em um campo entre Halhul e Beit Kahil, duas cidades palestinas ao norte de Hebron. Eles foram encontrados por voluntários, guias de uma escola israelenses.

De acordo com a rede “ABC News”, um gabinete de emergência foi convocado e deve anunciar a morte dos jovens. O premiê israelense, Benjamin Netanyahu, e o ministro de Defesa, Moshe Yaalon, deverão fazer um pronunciamento ainda nesta segunda-feira sobre o caso.

Eyal Yifrach, 19, Gilad Shaar, 16 e Naftali Frenkel, 16, moradores da colônia Talmon, na Cisjordânia, haviam desaparecido enquanto pediam carona. As forças israelenses faziam buscas na área da Cisjordânia, onde o Hamas atua, embora o grupo tenha negado envolvimento no sequestro

Um primo de Frenkel, David Halberstam, disse ao “Fox News” que a família do jovem está devastada. “Nosso pior medo se tornou realidade. É terrivelmente, terrivelmente difícil. Ainda não nos demos conta de tudo”, disse.

Desaparecimento

Os três jovens estavam desaparecidos desde 12 de junho. Milhares de israelenses haviam se reunido no último domingo (29) para prestar sua solidariedade aos compatriotas sequestrados. Os manifestantes rezaram e cantaram durante o ato. As mães dos reféns relançaram os apelos por sua libertação.

Estudantes de escolas religiosas judaicas, os três desapareceram quando pediam carona perto de Gush Etzion, um bloco de colônias na Cisjordânia ocupada, entre as cidades palestinas de Belém e de Hebron.

Um telefonema para o serviço de emergência foi feito por uma das vítimas no dia do desaparecimento. “Fui sequestrado”, teria dito um dos adolescentes, antes de a ligação ser encerrada. Os atendentes tentaram ligar de volta e rastrear o número, sem sucesso. O gerente e o supervisor do turno decidiram desistir de continuar a busca –  e acabaram demitidos posteriormente. 

O Exército israelense chegou a realizar uma operação na Cisjordânia para encontrá-los, porém não teve sucesso. Forças de segurança israelenses fizeram buscas pelos jovens em mais de mil casas de palestinos em West Bank. 

Durante a investida militar, cinco palestinos foram mortos, e outros 400, detidos - a maioria integrante do Hamas. (Com agências internacionais)