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Correspondentes relatam socorro a crianças vítimas de ataque israelense

Do UOL, em São Paulo

16/07/2014 17h00Atualizada em 17/07/2014 07h34

Correspondentes internacionais que estão em Gaza usaram suas contas em redes sociais para relatar que um bombardeio israelense vitimou quatro crianças e feriu outras quatro pessoas. Ao menos 200 palestinos morreram desde o início do conflito há oito dias. Do lado israelense, um homem de 38 anos é a única vítima civil até o momento.

Nesta quarta-feira (16), quatro crianças da mesma família, com idades entre 9 e 11 anos, foram mortas após um ataque aéreo destruir a cabana de praia onde estavam. O local fica a 200 metros de um hotel da Cidade de Gaza onde os jornalistas estão hospedados.

O repórter Peter Beaumont, do britânico “Guardian”, escreveu no Twitter que as crianças estariam “brincando de esconde-esconde” e que elas não teriam ouvido o primeiro disparo de alerta (sem ogiva). O governo de Israel defende que esses ataques funcionam como aviso para que civis deixem o local antes que o segundo bombardeio atinja o local.

“Hoje foi um dia pessoalmente ruim, prestando primeiros socorros com colegas a duas crianças feridas por estilhaços em uma praia de Gaza no terraço do nosso hotel”, lamentou o correspondente.

Além das quatro mortes, Beaumont relatou que quatro pessoas (um adulto e quatro crianças) foram levadas a hospitais locais.

Outro correspondente, Jonathan Miller, do americano “Channel 4 News”, publicou fotos do funeral das quatro crianças, que seriam membros de uma “conhecida família de pescadores” locais.

Ayman Mohyeldin, correspondente internacional do canal dos EUA “NBC News”, publicou um vídeo no Facebook que mostra a mãe de uma das vítimas logo após saber que o filho foi morto. De acordo com Mohyeldin, os quatro mortos seriam primos de primeiro grau.

“Minutos antes de eles serem mortos perto do nosso hotel, eu estava jogando bola com eles”, escreveu Mohyeldin.

Horas antes do bombardeiro, o Exército israelense  havia recomendado a 100 mil habitantes do norte da faixa de Gaza que abandonassem suas casas "para sua própria segurança", o que, contudo, não resultou em um êxodo em massa de palestinos. O Exército israelense usa mensagens telefônicas gravadas e panfletos para alertar os residentes de Gaza sobre os ataques iminentes.

"Sem escolha"

Após a confirmação da morte do primeiro civil israelense, o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, afirmou nesta terça (15) que não há outra escolha senão expandir as operações militares.

Isso poderá resultar em uma invasão por terra em Gaza; cerca de 20 mil reservistas já haviam sido convocados na última semana pelo Exército do país.

O novo conflito é o mais violento desde a operação "Pilar de Defesa", ocorrida em novembro de 2012. Na ocasião, 177 palestinos e seis israelenses foram mortos.

Escudo Domo de Ferro - BBC/Arte UOL - BBC/Arte UOL
Imagem: BBC/Arte UOL

Mortos e feridos

A ONU estima que, entre os palestinos, mais de três quartos das vítimas sejam civis. Cerca de 1.400 palestinos ficaram feridos.

Do lado israelense, quatro ficaram feridos gravemente. 

O novo episódio de violência começou após o sequestro e assassinato de três estudantes israelenses no início de junho na Cisjordânia ocupada, crimes que Israel atribuiu ao Hamas.

Pouco depois, um jovem palestino foi sequestrado e queimado vivo em Jerusalém por judeus de extrema-direita. (Com agências internacionais)