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Fiquei em uma cela escura e sem água, diz jornalista sequestrado por rebeldes ucranianos

Do UOL, em São Paulo

26/07/2014 06h01

O correspondente do canal Russia Today, o britânico Graham Phillips, afirma que foi deportado para a Polônia por separatistas russos que o sequestraram em Donetsk, no leste da Ucrânia. Ele ficou sob poder dos rebeldes durante três dias.

O correspondente foi sequestrado pelos rebeldes enquanto filmava ataques entre eles e forças do governo ucraniano a poucos metros do aeroporto de Donetsk. Ele estava junto com Vadim Aksyonov, freelancer da agência de notícias Anna.

“Fui encapuzado e empurrado. Sentei e então fui interrogado sobre a República de Donetsk. Não dei nenhuma informação”, contou. Foi então que o jornalista foi levado a uma cela. "Eles me colocaram em uma cela com Vadim, passamos a noite juntos. Não tinha água nem banheiro, estávamos em uma cela escura, era um breu, não conseguia ver nada. No dia seguinte, eles me tiraram da cela e deixaram Vadim lá."

“Estou na Polônia. Não sei exatamente onde estou. Eu acabei de passar a fronteira levado pelo SBU [Serviço de Segurança Ucraniano] bem recentemente, estão ainda estou tentando me situar”, disse ao Russia Today via Skype.

Phillips diz que, além de ser deportado pelos separatistas, também foi proibido de retornar à região por três anos. “A razão que me deram foi simplesmente a de eu trabalhar para o Russia Today, um ‘inimigo’”, disse o britânico, que reclamou de não ter tido chance de se defender da proibição.

Ele queixou-se também de arquivos de seu computador terem sido apagados pelos rebeldes e de suas contas em redes sociais terem sido hackeadas (ele aparentemente já retomou a conta do Twitter, conforme post abaixo). “Meu carro foi roubado, meu dinheiro, meu colete à prova de balas. Mas o principal é que estou bem”, conclui.

O correspondente não informou se os outros três jornalistas que foram sequestrados junto com ele também foram soltos.