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Obama amplia sanções contra Rússia como 'caminho para a paz' no leste da Ucrânia

Na Casa Branca, Obama fala sobre a situação da Ucrânia e amplia sanções à Rússia - Nicholas Kamm/AFP
Na Casa Branca, Obama fala sobre a situação da Ucrânia e amplia sanções à Rússia Imagem: Nicholas Kamm/AFP

Do UOL, em São Paulo

29/07/2014 17h12

O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, disse em entrevista coletiva na Casa Branca nesta terça-feira (29) que vai ampliar as sanções à Rússia em coalização com países da União Europeia, como “meio principal para chegar à paz” nos conflitos separatistas no leste da Ucrânia. As sanções atingirão os setores de energia, financeiro e militar.

“Porque estamos coordenando nossas ações intimamente com a União Europeia, as sanções que anunciamos hoje darão ‘uma mordida ainda maior’”, disse. O presidente prosseguiu dizendo que a Rússia está “isolando-se cada vez mais” da comunidade internacional. “Há escolhas melhores como a diminuição da violência [na região separatista] e cooperação diplomática”, criticou Obama.

Em uma das sanções econômicas, três bancos russos entraram na “lista negra” do Tesouro americano. Desta forma, fica proibido aos americanos realizar certas transações com o VTB, segundo maior banco da Rússia, com o Banco de Moscou, que é uma de suas filiais, e com o Banco Agrícola Russo, maior financiador do setor agrícola do país.

Serão suspensos financiamentos a empresas que possam estimular exportações e desenvolvimento de projetos na Rússia. As sanções na área de energia ocorrerão pela União Europeia, que deixará de exportar bens e tecnologia específicas para a indústria russa.

Além das sanções econômicas, destacou Obama, está a interrupção da colaboração tecnológica militar dos Estados Unidos com a Rússia. 

O presidente norte-americano disse esperar que as sanções façam cessar a transferência de armamentos e veículos da Rússia para os separatistas no leste ucraniano. “O caminho da paz passa pelo reconhecimento [pela Rússia] da soberania e da integridade do território da Ucrânia.”

"Não se trata de uma nova Guerra Fria, esse é um assunto muito específico... A Rússia precisa reconhecer que a Ucrânia tem que liderar seu próprio caminho", disse Obama. "Se continuar neste caminho, o custo à Rússia continuará a aumentar", acrescentou.

Sanções europeias

Mais cedo, a União Europeia também anunciou a restrição aos bancos públicos russos de operar no mercado financeiro europeu, a proibição à compra e venda de armamento militar, assim como restrições à venda de material com dupla utilização (civil e militar) ou destinados à indústria petroleira russa.

Os europeus também decidiram bloquear os bens de quatro empresários russos ligados ao presidente russo, Vladimir Putin, acusados de se beneficiar da anexação da Crimeia ou de contribuir ativamente para a desestabilização do leste da Ucrânia.