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Ofensiva deixa 100 palestinos mortos em Gaza; saldo já ultrapassa 1.300

Do UOL, em São Paulo

30/07/2014 15h02Atualizada em 30/07/2014 15h05

 Ao menos 100 palestinos morreram nesta quarta-feira na faixa de Gaza nos bombardeios e ataques israelenses, elevando o número de vítimas desde o início da ofensiva, em 8 de julho, a 1.330 palestinos mortos e 7.300 feridos.

Entre os mortos estão 19 refugiados do campo de Jabaliya que morreram quando os morteiros disparados por um tanque atingiram uma escola da ONU e outros 17 que morreram após ataque em um movimentado mercado. De acordo com a ONU, três quartos dos palestinos mortos em 23 dias de conflito são civis.

Mapa Israel, Cisjordânia e Gaza - Arte/UOL - Arte/UOL
Mapa mostra localização de Israel, Cisjordânia e Gaza
Imagem: Arte/UOL

Por outro lado, três soldados israelenses também morreram nesta quarta, durante uma operação em Gaza durante a qual descobriram túneis usados pelo Hamas para chegar a Israel, informou o Exército israelense.

Enquanto os combates se intensificam, as lideranças palestinas e israelenses mantêm as negociações por um cessar-fogo prolongado no Cairo, no Egito.

"Vergonha universal"

O chefe da Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados da Palestina (UNWRA), Pierre Krähenbühl, classificou de "vergonha universal" o ataque israelense contra a escola de meninas no campo de refugiados de Jabaliya.

Disparos de tanques atingiram em cheio duas salas de aula da escola al Hussein, mantida pela UNRWA, onde 3.300 pessoas haviam buscado refúgio depois que foram obrigadas a sair de suas casas pelos bombardeios israelenses das últimas três semanas.

"Crianças foram mortas enquanto dormiam ao lado de seus pais no chão de uma sala de aula em um abrigo da ONU em Gaza. Crianças mortas enquanto dormiam; isso é uma afronta para todos nós, uma fonte de vergonha. Hoje o mundo está em desgraça", afirmou Krähenbühl em nota.

O Exército israelense disse que militantes próximos à instalação atiraram bombas de morteiro e que as forças israelenses foram obrigadas a revidar, mas que o caso seria investigado.

No dia 24 de julho, um disparo de artilharia atingiu outra escola da ONU na faixa de Gaza, em Beit Hanun, matando cerca de 15 palestinos. O Exército israelense negou sua responsabilidade no incidente.

Israel acusa o movimento islâmico Hamas de usar a população como escudo humano para proteger seus arsenais e centro operacionais instalados em igrejas, mesquitas e escolas da faixa de Gaza. 

Trégua parcial

Após o ataque, o Exército de Israel anunciou um cessar-fogo de 4 horas de duração na faixa de Gaza, entre as 15h e as 19h locais (9h e 13h no horário de Brasília).

No entanto, a nota do Exército afirmava que a "janela humanitária" não se aplicará a áreas onde os soldados estejam atuando e alertava os residentes a não voltarem para áreas antes evacuadas.

"O Exército irá responder a qualquer tentativa de explorar essa janela para prejudicar civis israelenses e soldados", afirmou ainda o comunicado.  

O Hamas qualificou essa trégua de inútil e prosseguiu os disparos de foguetes contra o território israelense.

Durante a trégua, um bombardeio atingiu o movimentado mercado de Shejaiya, na faixa de Gaza, matando ao menos 17 palestinos e ferindo outros 200 ficaram feridos.

De acordo com a BBC, um jornalista local identificado como Rami Rayan também morreu no ataque.

Segundo fontes palestinas, vários moradores da faixa tinham aproveitado a trégua  anunciada por Israel para fazer compras, e o mercado estava movimentado no momento do ataque.

Porém, essa região não estava entre as zonas contempladas com a chamada "janela humanitária". 

Testemunhas disseram que várias bombas caíram enquanto as pessoas tentavam fugir do local depois do primeiro bombardeio, relatou a TV NBC. (Com agências internacionais)