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Polícia de St. Louis, próxima a Ferguson, mata jovem negro suspeito de roubo

Do UOL, em São Paulo

19/08/2014 16h59

A polícia de St. Louis, cidade a 19 km de Ferguson, no Missouri (EUA), matou um jovem negro de 23 anos, suspeito de ter assaltado uma loja de conveniência portando uma faca, segundo o britânico "Guardian". A região vive uma onda de violência desde que o jovem negro Michael Brown, 18, foi morto por um policial.

Segundo o chefe de polícia de St. Louis, Sam Dotson, o suspeito do roubo, que não teve a identidade revelada, teria roubado dois energéticos e segurava a faca “erraticamente”. Testemunhas teriam ouvido o jovem gritar “atirem em mim agora, me matem agora” quando confrontado pela polícia.

Dotson afirmou que o suspeito não atendeu à ordem dos policiais de largar a faca. O tiro teria sido disparado pelos policiais quando o suspeito estava a 1 metro de distância deles. “Acredito que a segurança de um oficial está em primeiro lugar”, declarou o chefe de polícia.

Na última noite de manifestações em St. Louis, 78 pessoas foram presas, quase todas por se recusarem, após pedido da polícia, a se dispersarem do local de protesto. Apenas duas pessoas foram detidas por portarem armas e um homem, de Rockton (Illinois), foi preso por interferir no trabalho de um policial.

Entre os presos está Hedy Epstein, 90, sobrevivente do Holocausto. Ela foi algemada após ser presa durante uma passeata do Kiener Plaza até o prédio onde fica o escritório do governador, Jay Nixon, de acordo com reportagem do "Independent". 

Obama critica excessos policiais

O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, anunciou o envio do secretário de Justiça, Eric Holder, à cidade de Ferguson. Durante a declaração, Obama criticou excessos cometidos pela polícia ao reprimir protestos e pediu o "fim das hostilidades".

Obama pediu ainda à população de Ferguson que tente “curar as feridas, em vez de continuar com a agressão mútua”, em referência a ataques às forças policiais e saques que têm ocorrido.

“Todos vimos as imagens de protestos e da ação das forças policiais. Está claro que a maioria das pessoas estava protestando pacificamente, mas uma minoria, não. Eles carregavam armas e praticavam saques”, disse o presidente norte-americano, acrescentando que ainda assim “não há desculpa para excessos policiais”.

A missão do procurador-geral, frisou Obama, será também encontrar uma saída pacífica junto aos moradores revoltados com a ação policial. “Vamos tentar fazer algum progresso para unir a todos, entender todos, e não simplesmente nos dividir”, completou.