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Americana pede indenização a banco de sêmen por enviar amostra de doador negro

Jennifer Cramblett com a filha Payton, 2 - CNN/Reprodução
Jennifer Cramblett com a filha Payton, 2 Imagem: CNN/Reprodução

Do UOL, em São Paulo

02/10/2014 18h39

A americana Jennifer Cramblett, que vive no Estado de Ohio, nos Estados Unidos, está processando um banco de sêmen por ter enviado a amostra de um doador negro ao invés de um doador branco. Ela alega que a filha de dois anos --fruto da inseminação-- é estigmatizada em sua família e na "cidade intolerante" onde vivem por causa de sua cor.

Segundo a ação, Jennifer achava que estava sendo inseminada com o esperma de um homem branco e só descobriu na gravidez que o banco de sêmen enviou o lote errado. O caso ocorreu em 2011.

"Estou feliz de ter uma criança saudável", disse Jennifer em entrevista à emissora NBC. "Mas não vou deixar que a empresa saia dessa sem ser responsabilizada. Não posso deixá-los fazer isso com outra família".

A pequena Payton, de acordo com o processo, tem sido alvo de preconceito na cidade de Uniontown, onde 98% dos moradores são brancos. A mãe, que cria a menina com sua parceira Amanda Zinkon, diz ainda que precisa sair da cidade com a criança para ter seu cabelo cortado num bairro negro, já que o serviço não é oferecido nas imediações de sua residência.

"Conseguir corte de cabelo de uma jovem filha não é particularmente estressante para a maioria das mães, mas para a Jennifer não é uma questão de rotina, porque Payton tem o cabelo típico de uma menina afroamericana", aponta a ação. "Para obter um corte decente, Jennifer deve viajar para um bairro negro, muito longe de onde ela vive, onde ela é obviamente diferente na aparência, e não abertamente bem-vinda."

Ainda que o banco de esperma envolvido não tenha comentado o caso, o processo relata que o engano tenha acontecido com a alteração de um algarismo do número com que o doador estava cadastrado.

A americana descobriu o engano quando ligou para a empresa para pedir mais sêmen para que Amanda também engravidasse, para dar um irmão à primeira filha. "Eu fiquei chocada", afirma a americana que diz que pretender ir para uma região com mais diversidade para evitar o sofrimento da filha.

"A empresa cometeu o único erro que um banco de sêmen não pode cometer. Isso não é como pedir pizza", criticou o advogado de Jennifer, Thomas Intili. Ele não especifica os danos de sua cliente, mas diz que ela precisa de dinheiro para deixar Uniontown.