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"Mal-entendidos" dominam conversa entre Rússia, Ucrânia e líderes da UE

Do UOL, em São Paulo

17/10/2014 10h22Atualizada em 17/10/2014 10h26

As conversações entre a Rússia, Ucrânia e governos europeus nesta sexta-feira estavam “repletas de mal-entendidos e desentendimentos" disse o Kremlin.

O presidente russo, Vladimir Putin, apertou a mão do líder ucraniano, Petro Poroshenko, no começo de uma reunião com líderes europeus, à margem de uma cúpula Ásia-UE, com o objetivo de se chegar a uma solução para um cessar-fogo no leste da Ucrânia e resolver uma disputa sobre fornecimento de gás.

Diversos líderes emergiram uma hora depois contando a repórteres que havia sido feito progresso e prometendo conversas futuras.

“Foi bom, foi positivo”, disse um sorridente Putin a repórteres após a primeira reunião, realizada nos bastidores de uma cúpula entre líderes asiáticos e europeus em Milão.

No entanto, o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, depois jogou um balde de água fria nas esperanças de qualquer avanço, dizendo que “certos participantes” haviam tido uma abordagem “absolutamente enviesada, não-flexível, não-diplomática” sobre a Ucrânia.

“As conversas são de fato difíceis, repletas de mal-entendidos, desacordos, mas, no entanto, elas estão em andamento, a troca de opiniões está em progresso”, acrescentou.

A chanceler alemã, Angela Merkel, também deu declarações pessimistas, ao afirmar que as conversações com Putin não tinham levado a um avanço no impasse sobre a Ucrânia.

"Não posso ver avanços aqui, de modo algum, até agora", disse Merkel após líderes da UE se reuniram com Putin e Poroshenko. "Vamos continuar a falar. Registaram-se progressos em alguns detalhes, mas a questão principal é a contínua violação da integridade territorial da Ucrânia", acrescentou.

Uma mensagem similar emergiu durante a noite após Putin ter se encontrado com Merkel, uma relação antes cordial que tem sido colocada à prova perante o apoio de Moscou a rebeldes pró-Rússia no leste da Ucrânia.

A reunião, segundo relatos de ambos os lados, teve pouco progresso, e o Kremlin alertou para “sérias diferenças” que permanecem na análise da crise.

O Ocidente impôs sanções sobre a Rússia em resposta à sua anexação da Crimeia, antes território ucraniano, e por seu apoio aos separatistas na Ucrânia.

Líderes europeus pediram que a Rússia tome mais providências para encerrar as constantes e mortais violações de um cessar-fogo acertado entre Putin e Poroshenko no mês passado em Minsk, dizendo que a Rússia precisa cumprir seus compromissos.