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Após protestos, presidente de Burkina Fasso anuncia renúncia

Do UOL, em São Paulo

31/10/2014 11h17Atualizada em 31/10/2014 13h28

O presidente de Burkina Fasso, Blaise Compaoré, anunciou em nota nesta sexta-feira (31) sua renúncia ao cargo após uma onda de protestos no país. O chefe do Estado Maior assumiu o poder.

Na nota, ele pediu um período de transição de 90 dias até que haja uma nova eleição. "Com o objetivo de preservar as vitórias democráticas, bem como a paz social (...), eu declaro vago o poder para permitir a realização de eleições livres e transparentes em um período máximo de 90 dias", diz o texto do comunicado lido por uma jornalista na emissora BF1.

Horas antes, um oficial do Exército de Burkina Fasso havia anunciado a saída de Compaoré,  diante de uma multidão de manifestantes, no centro de Uagadugu, a capital burquinense.

"A partir deste dia, Blaise Compaoré não está mais no poder", lançou pouco antes das 12h30 locais (10h30 de Brasília) o coronel Boureima Farta, que foi erguido nos ombros pelos militares.

O oficial chegou a pé e escoltado da sede do Estado-Maior das Forças Armadas, próxima da praça da Nação, onde os manifestantes se reuniram nas primeiras horas do dia para exigir a saída do presidente.

O anúncio foi feito depois que manifestantes retomaram protestos a favor da renúncia de Compaoré, que comanda o país africano há 27 anos.

Os protestos começaram diante de uma tentativa de Campaoré de fazer uma emenda constitucional que permitisse que ficasse no poder por mais tempo.

Nos protestos de quinta-feira (31), manifestantes tocaram fogo no Parlamento, e ao menos 30 pessoas morreram em confrontos com as forças de segurança.

Em resposta, Campaoré decretou estado de sítio no país e dissolveu o governo.

Nesta manhã, o líder da oposição em Burkina Fasso, Zéphirin Diabré, fez um apelo para que o povo mantivesse "a pressão" para obter "a saída incondicional" do presidente.

A oposição "insta o povo a mante a pressão ocupando os espaços públicos", declarou Diabré durante uma coletiva de imprensa, denunciado uma "confusão geral no comando do Estado", após o anúncio pelo Exército de que tomaria o poder.

"A condição prévia para qualquer discussão relativa à transição política é a saída pura e simples e sem condições de Blaise Compaoré", insistiu. (Com agências internacionais)