Cristina diz estar convencida de que morte de promotor "não foi suicídio"
A presidente da Argentina, Cristina Kirchner, assinalou nesta quinta-feira (22) que está "convencida" de que a morte do promotor Alberto Nisman "não foi um suicídio", em uma nova carta publicada em seu blog. A declaração marca um giro no posicionamento do governo sobre o caso até o momento.
"Não tenho provas, mas tampouco tenho dúvidas", afirmou Cristina no texto.
"Por que alguém ia se suicidar sendo promotor e gozando ele e sua família de uma excelente qualidade de vida?", assinalou a presidente, que continua sem aparecer em público.
Segundo a presidente, foram "plantadas pistas falsas para Nisman" dentro de uma "operação contra o governo". "Usaram-no vivo e depois precisaram dele morto. É triste e terrível assim."
Nisman foi encontrado em sua casa com um tiro na cabeça horas antes de comparecer ao Congresso para dar detalhes sobre a denúncia que tinha apresentado contra a presidente por suposto encobrimento de terroristas suspeitos pelo atentado contra a sede da associação israelita Amia, em 1994.
Cristina se perguntou ainda "por que se permitiu o acesso à casa de Nisman de um médico privado de plano de saúde antes de o juiz, os superiores e os legistas saberem da morte", acrescentou.
De acordo com o secretário-geral da presidente, Aníbal Fernández, "não há uma só coisa que se sustente" na acusação de Nisman contra Cristina.
A longa denúncia, na qual o promotor trabalhou por meses, foi publicada na terça-feira pela Justiça argentina através do Centro de Informação Judicial (www.cij.gov.ar). (Com agências internacionais)
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