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Barack Obama lê críticas sobre si próprio em programa de TV

O presidente dos EUA, Barack Obama, com o apresentador Jimmy Kimmel - Saul Loeb/AFP
O presidente dos EUA, Barack Obama, com o apresentador Jimmy Kimmel Imagem: Saul Loeb/AFP

Do UOL, em São Paulo

13/03/2015 13h05

Em um episódio difícil de se imaginar no Brasil e em vários outros países, o presidente dos EUA, Barack Obama, apareceu na noite de quinta-feira (12) em um badalado programa de TV para ler críticas sobre ele publicadas por usuários do Twitter. 

Obama o convidado do Jimmy Kimmel Live, atração da rede de televisão ABC, para participar do quadro "Mean Tweets", no qual celebridades respondem a mensagens maldosas no Twitter a respeito delas mesmas. Você pode assistir aqui, em inglês.

"É importante lembrar que presidentes são pessoas também", afirmou o apresentador. "Às vezes damos a celebridades a chance de ler as coisas maldosas que as pessoas tuítam sobre elas. Hoje, estendemos essa cortesia a nosso comandante-em-chefe, e ele aceitou."

Obama às vezes concordava, às vezes fazia piada com a crítica -- ao som da música "Everybody hurts", do REM, ao fundo.

Entre as mensagens lidas pelo líder americano estava a de um internauta que disse que “o cabelo do Obama está ficando mais branco nesses dias, não consigo imaginar porquê já que ele não parece se importar nem um pouco com tudo que está acontecendo".

Outro tuíte reclamava que “um engradado de cerveja está custando US$ 23. Obrigado, Obama”.

Uma internauta sugeriu que Obama fosse levado para um campo de golfe em alguma parte do mundo "e fosse deixado lá". "Boa ideia", retrucou o presidente. 

Racismo

Obama aproveitou para afirmar que não há desculpa para os "atos criminosos" ocorridos em Ferguson, onde dois policiais ficaram feridos em um tiroteio na noite de quarta-feira.

"Os que dispararam são criminosos. Têm que ser detidos", disse Obama.

"Então o que temos que fazer é garantir que as pessoas de boa vontade dos dois lados - policiais que têm um trabalho extremamente duro e cidadãos que compreensivelmente não querem ser acossados por sua raça - possam trabalhar juntos para encontrar boas soluções", acrescentou.

Obama reagiu assim depois que na quarta-feira dois agentes do condado de Saint Louis, onde fica Ferguson, ficassem feridos em um tiroteio ocorrido durante um protesto de algumas dezenas de pessoas em frente ao departamento de polícia da cidade.

O tiroteio de Ferguson aconteceu após a renúncia nesse mesmo dia do chefe de polícia, Thomas Jackson, e outros dois funcionários da cidade por causa das críticas do Departamento de Justiça dos Estados Unidos por discriminação racial.

Ferguson é a cidade onde em agosto do ano passado o jovem negro Michael Brown foi morto por um policial branco, em um fato que desencadeou uma onda de distúrbios raciais nos Estados Unidos. (Com a "Rolling Stone" e agências internacionais)