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Líder do Quênia ordena convocação de 10 mil recrutas após ataque em universidade

AP
Imagem: AP

02/04/2015 10h45

O presidente do Quênia, Uhuru Kenyatta, deu ordens nesta quinta-feira (2) para que 10 mil recrutas sejam imediatamente alistados, depois que um ataque de extremistas islamitas somalis deixou ao menos 15 mortos e 65 feridos em universidade no país. Um número indeterminado de estudantes é mantido como reféns pela milícia somali Al Shabab, filiada à Al Qaeda.

"Pedi ao inspetor geral da polícia que tome medidas urgentes e garanta que 10 mil recrutas cujo alistamento está pendente sejam imediatamente convocados para a Academia de Polícia em Kiganjo", afirmou Kenyatta em mensagem no Facebook.  

"Assumo total responsabilidade por essa diretiva. Já sofremos desnecessariamente pela falta de pessoal de segurança. O Quênia precisa de oficiais urgentemente, e não vou deixar o país esperando", acrescentou.  

O presidente pediu ainda que a população mantenha a calma e a vigilância "enquanto continuamos a confrontar nossos inimigos".

Os terroristas afirmaram que a ação é uma vingança contra a intervenção de tropas do Quênia na Somália.

"O Quênia está em guerra com a Somália (...) nosso povo continua lá, eles estão lutando e sua missão é matar os que são contrários aos shebab", disse à AFP por telefone um porta-voz dos islamitas, Sheikh Ali Mohamud Rage.

O ataque na Universidade Garissa começou por volta das 5h30 (horário local, 23h30 de quarta-feira de Brasília), quando os atiradores entraram no recinto universitário e começaram a disparar indiscriminadamente e detonaram vários artefatos explosivos.

Os atiradores conseguiram entrar nas residências do campus após enfrentar-se em um tiroteio com os policiais que protegiam a entrada desta área, explicou o inspetor geral da polícia, Joseph Boinnet, que se encontra no local.

A Cruz Vermelha queniana informou em um comunicado a existência de "um número desconhecido de estudantes reféns". Também indicou que 50 alunos foram libertados, sem explicar as circunstâncias.

O porta-voz shebab explicou que depois de entrar no local, os islamitas "soltaram alguns, os muçulmanos, e eles alertaram o governo".

"Os outros são reféns", disse, antes de destacar que são cristãos.

Raage anunciou que o Al Shabab explicará os detalhes do ataque ao seu final, mas que o objetivo dos milicianos que se encontram na universidade é matar todos os não muçulmanos que estão em seu poder.

Este ataque é o mais sangrento que o Al Shabab efetuou no Quênia desde o final do ano passado, quando o grupo explodiu um ônibus e uma pedreira em Mandera, no extremo nordeste do país, matando 64 pessoas, todas cristãs. (Com agências internacionais)