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Copiloto usava nome "diabo do céu" para acessar computador, diz jornal

Do UOL, em São Paulo

06/04/2015 11h23

O copiloto Andreas Lubitz utilizava o nome “diabo do céu” para acessar seu computador pessoal nas semanas que antecederam a queda do avião da Germanwings nos Alpes franceses, que matou o copiloto e outras 149 pessoas, segundo o jornal alemão “Bild”. Lubitz é acusado de ter derrubado o Airbus A320 de forma deliberada.

De acordo com a publicação alemã, Lubitz usou o apelido “Skydevil”, em inglês, para procurar informações sobre métodos suicidas e procedimentos de segurança na cabine de aeronaves – o que já havia sido revelado na quinta-feira (2) por procuradores que investigam o caso. “Sky Devils” (“Demônios do Céu”) também é o nome de uma comédia norte-americana de 1932 com o ator Spencer Tracy.

Na semana anterior ao choque nas montanhas, o copiloto pesquisou os termos “bipolaridade”, “maníaco depressivo”, “enxaqueca”, “visão debilitada” e “trauma acústico”, ainda segundo o “Bild”, citando investigadores que teriam acessado o computador pessoal de Lubitz.

Os termos da busca indicariam a preocupação do copiloto com transtornos psiquiátricos e eventuais problemas de visão que poderiam afetar sua carreira profissional.

Já de acordo com a revista “Spiegel”, Lubitz, que tinha 27 anos, consultou ao menos cinco médicos, incluindo psiquiatras e um neurologista nos últimos meses. “Para um jovem, ele consultou um número espantoso de médicos”, diz a revista, citando um investigador que afirma ter visto um relatório sobre o tratamento do copiloto.

Na semana passada, a Procuradoria alemã já havia afirmado que Andreas Lubitz havia recebido tratamento psiquiátrico por apresentar tendências suicidas anos atrás, antes de seu treinamento como piloto. No entanto, Lubitz não apresentava tendências suicidas recentemente, nem comportamentos que sugerissem que ele pudesse ser agressivo em relação a outras pessoas, afirmou o porta-voz Ralf Herrenbrück.

A Lufthansa, dona da Germanwings, entregou documentos à Procuradoria em que Lubitz citou um episódio de depressão. Na correspondência, que o alemão forneceu em 2009 a sua escola de pilotagem, Lubitz incluiu documentos médicos comprovativos de que era capaz de retomar a sua formação apesar de já ter sofrido um "grave episódio depressivo".

A segunda caixa-preta do avião, encontrada na semana passada, mostrou que o copiloto – que estava sozinho na cabine após ter trancado a porta e impedido a entrada do comandante – acelerou durante a queda, o que reforçaria a tese de ação intencional.

Copiloto disse que sofreu um episódio severo de depressão