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Mulher afegã é obrigada a se casar com seu estuprador

Do UOL, em São Paulo

08/04/2015 21h04

Uma mulher afegã que foi forçada a se casar com seu estuprador e ter uma filha dele contou à emissora americana CNN como ela desistiu de todas as suas esperanças e sonhos para 'comprar' o futuro da filha. Conhecida apenas pelo nome Gulnaz, a mulher residente em Cabul tinha apenas 16 anos quando engravidou de seu agressor, conhecido como Asadullah --que também é casado com sua prima.

Mesmo que um estupro tenha levado à sua gravidez, os irmãos de Gulnaz diseram que não a autorizariam a voltar "envergonhada" para sua família. Como ela era solteira, um tribunal de Cabul a condenou a dois anos de prisão por "adultério à força" --posteriormente aumentado para 12 anos na sequência de um recurso.

A única esperança que Gulnaz tinha para reduzir a sentença era se casar com Asadullah, o que ela fez no início de 2013. Agora, ela está grávida de seu terceiro filho, mas insiste que só concordou em se casar com o estuprador para que sua primeira filha --chamada de Smile-- pudesse viver dignamente em meio à sociedade "tradicional" da capital afegã.

"Não queria arruinar a vida da minha filha, então concordei em casar com ele", disse ela. "Nós somos pessoas tradicionais. Quando caímos em desgraça, preferimos a morte a viver assim", acrescentou Gulnaz, recusando-se a olhar o marido nos olhos durante a entrevista.

Asadullah --que foi preso pelo estupro, mas que posteriormente teve pena reduzida-- não aparenta qualquer remorso em relação ao seu crime. "Se eu não tivesse me casado com ela de acordo com as nossas tradições, ela não poderia ser aceita de volta na sociedade", disse ele. "Seus irmãos não quiseram aceitá-la de volta. Agora, ela não tem nenhum desses problemas", acrescentou.

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