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Ativista acusada de fingir ser afro-americana renuncia a cargo nos EUA

Rachel Dolezal, quando era criança, em foto divulgada por sua mãe, e atualmente - Arquivo pessoal/Divulgação
Rachel Dolezal, quando era criança, em foto divulgada por sua mãe, e atualmente Imagem: Arquivo pessoal/Divulgação

Do UOL, em São Paulo

15/06/2015 14h41

Rachel Dolezal, líder ativista e presidente da filial de Spokane --no Estado americano de Washington-- da associação NAACP, uma organização ligada aos direitos das minorias étnicas dos Estados Unidos, renunciou ao cargo nesta segunda-feira (15) após sofrer acusações de se fazer passar por afro-americana, apesar de ser branca.

"Esperei em deferência, enquanto outros expressaram seus sentimentos, crenças, confusões e até mesmo conclusões, sem conhecer a história completa", escreveu Dolezal no comunicado. "Estou empenhada em capacitar vozes marginalizadas e acredito que muitos indivíduos têm ouvido nas últimas horas - indivíduos que não teriam uma plataforma para se manifestar nas nossas discussões."

Ela não mencionou sobre a questão de qual seria a sua raça no texto. Na última sexta-feira (12), Dolezal disse à Sky News que "definitivamente se considera negra". Ela também acrescentou que não se importa com o que seus pais dizem.

Dolezal disse que ela não considera Anne Ruth e Larry Dolezal seus pais verdadeiros. Ela também está envolvida na ação judicial em curso contra o casal.

"A Rachel quer ser alguém que não é. Escolheu não ser ela própria, mas se representar como uma mulher afro-americana ou uma pessoa birracial, e isso simplesmente não é verdade", disse a mãe de Dolezal, Ruthanne Dolezal, ao canal KREM 2 News.

Os pais disponibilizaram ao canal de televisão, e também ao jornal "The Spokesman Review", fotografias de Dolezal quando era criança e no seu casamento com cabelo louro e a pele mais clara do que se apresenta hoje, assim como uma certidão de nascimento que comprova que são os pais biológicos da ativista.

Dolezal, que é um professora na Eastern Washington University, disse que foi vítima de crimes de ódio. Ela também será investigada pela cidade de Spokane, que está procurando alegações de que ela falsificou sua etnia ao se inscrever para uma posição no comitê da polícia da cidade.