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Forças egípcias matam 12 pessoas por engano, incluindo turistas mexicanos

Pick-ups cruzam o deserto egípcio em foto tirada em maio - Amr Abdallah Dalsh/Reuters
Pick-ups cruzam o deserto egípcio em foto tirada em maio Imagem: Amr Abdallah Dalsh/Reuters

Do UOL, em São Paulo

13/09/2015 21h46

A polícia e o Exército egípcios mataram 12 pessoas, incluindo turistas mexicanos, e feriram outras 10 após atacar por engano seus veículos quando perseguiam jihadistas no oeste do Egito, anunciou o Ministério do Interior neste domingo (13).

"As forças conjuntas da polícia e do Exército, que perseguiam terroristas no deserto ocidental, abriram fogo por engano contra quatro 'pickups' que transportavam turistas mexicanos", informou o ministério em nota.

“O incidente resultou na morte de 12 mexicanos e egípcios e deixou 10 outras pessoas feridas, que foram transferidas para hospitais”, diz a nota.

O ministério não precisou o número de mexicanos mortos e se os carros foram atingidos por disparos de armas automáticas, artilharia ou ataque aéreo.

O deserto do oeste do Egito, muito visitado por turistas, também é bastião de grupos jihadistas, entre eles a facção do Estado Islâmico que decapitou, em agosto, um jovem croata e executa atentados contra as forças de segurança em todo o país.

Durante a tarde, o Estado Islâmico no Egito emitiu um comunicado informando ter "resistido a uma operação do Exército no deserto ocidental" neste domingo, "provocando a fuga" de militares.

Os grupos ligados ao EI, como o Estado Islâmico no Egito, e as demais organizações jihadistas egípcias reivindicam com frequência ataques contra as forças egípcias, especialmente na península do Sinai.

No sábado, o Exército anunciou a morte de dois soldados e de 64 combatentes jihadistas em uma grande ofensiva contra o Estado Islâmico na região do Sinai.

No total, 296 jihadistas e oito soldados morreram desde o início desta ofensiva, na segunda-feira, segundo os militares.

Desde de que o Exército derrubou o presidente islâmico Mohamed Mursi, em julho de 2013, os grupos jihadistas atacaram em inúmeras ocasiões as forças de segurança, em vingança pela repressão anti-islâmica lançada pelas autoridades após o golpe.

A repressão militar aos partidários de Mursi já matou mais de 1.400 pessoas e deteve 15 mil, incluindo muitos membros da Irmandade Muçulmana, ligada ao presidente deposto.

Vários integrantes da Irmandade Muçulmana, incluindo Mursi, foram condenados à morte em processos sumários, criticados duramente pelas Nações Unidas.

Centenas de policiais e soldados morreram em atentados jihadistas nos últimos meses, em particular no norte do Sinai. (Com agências internacionais)