Topo

Papa exorta bispos a garantir que "crimes" de pedofilia não sejam repetidos

O papa Francisco é aplaudido ao chegar para encontro com bispos na Catedral de São Mateus, em Washington, nos EUA - Mark Wilson/AP
O papa Francisco é aplaudido ao chegar para encontro com bispos na Catedral de São Mateus, em Washington, nos EUA Imagem: Mark Wilson/AP

Do UOL, em São Paulo

23/09/2015 13h48

Em discurso direcionado a bispos americanos na Catedral de São Mateus, em Washington, nos EUA, nesta quarta-feira (23), o papa Francisco exortou os religiosos a manterem o compromisso de "curar as vítimas" e garantirem que "crimes" não voltem a ser cometidos, numa alusão aos escândalos de pedofilia que há anos assolam a Igreja Católica. 

"Estou consciente da coragem com que vocês têm enfrentado momentos difíceis na recente história da igreja neste país sem medo de autocríticas e à custa de muita mortificação e grande sacrifício", afirmou. 

"Vocês também não tiveram medo de (...) recuperar a autoridade e a confiança que é exigida dos ministros de Cristo e esperada dos fiéis", disse ainda o pontífice.

"Tenho consciência de quanta dor dos anos recentes pesou em vocês e tenho apoiado seu comprometimento generoso de trazer cura às vítimas (...) e de trabalhar para garantir que tais crimes não sejam jamais repetidos."

Não é a primeira vez que o papa Francisco alude ao escândalo de pedofilia na Igreja Católica.

Logo após tornar-se papa, em 2013, ele exigiu que se atuasse "com determinação" diante dos abusos sexuais cometidos por religiosos, pedindo para que as conferências episcopais trabalhassem "na formulação e atuação das diretrizes necessárias nesse campo tão importante para o testemunho da Igreja e da sua credibilidade".

No ano passado, ele pediu perdão pelos abusos sexuais, que descreveu como "danos morais cometidos por homens da igreja", e disse que "sanções" seriam impostas.

Em junho deste ano, o papa autorizou o julgamento por "abuso de poder" dos bispos por acobertam os padres denunciados por abusos sexuais de menores de idade ou pessoas frágeis e ordenou a criação de um tribunal para estes casos.

Segundo autoridades da igreja, Francisco provavelmente se encontrará de forma privada com as vítimas de abuso durante a visita, como fez o papa Bento 16 durante sua visita aos Estados Unidos em 2008.