Locais dos atentados em Paris viram pontos de peregrinação
Com um misto de dor e curiosidade, franceses e turistas estrangeiros transformaram os locais dos atentados em Paris em pontos de peregrinação na capital francesa.
O "tour" macabro é facilitado pelo fato de a maioria dos ataques ter ocorrido a alguns metros de distância um do outro. A exceção é o Stade de France, que fica em Saint-Denis, ao norte de Paris.
Alguns choram, deixam flores, acendem velas, leem as diversas mensagens; outros batem fotos ou posam ao lado das homenagens; muitos se perguntam por quê.
Nesta quinta-feira (19) chuvosa, as amigas americanas Hannah e Kathrin começaram sua peregrinação pelos restaurantes Le Petite Cambodge e Le Carillon, no distrito 10. De lá, seguiram cerca de duas quadras até chegarem à esquina de outros dois estabelecimentos atacados, na rua Fontaine-au-Rei. Quase 20 pessoas foram mortas nessa região, com os buracos das balas ainda visíveis nos vidros.
“Parece de mau gosto, mas é impossível estar em Paris nesse momento e não ir a esses lugares. É algo muito triste, mas também histórico o que aconteceu aqui", afirmou Hannah, 19, estudante de francês.
A parada seguinte delas seria na casa de shows Bataclan, onde mais de 80 pessoas morreram em um ataque durante o show da banda Eagles of Metal Death.
O israelense Ienil Belacen veio de Tel Aviv para Paris com a mulher e a filha pequena. "Queríamos estar aqui depois do que aconteceu", disse ele, nas proximidades do café Casa Nostra, outro alvo dos terroristas.
"Infelizmente isso [atentados] acontece muito em Israel, mas aqui é algo novo", disse. "É horrível. Mas faz você se fazer muitas perguntas. Queremos achar culpados, mas como culpar uma ideologia?", questionou o israelense.
Na frente do Bataclan, três brasileiros se revezavam posando para fotos, mas se incomodaram com a aproximação da reportagem do UOL e não quiseram se identificar.
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