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Rússia confirma morte de piloto e soldado e diz que helicóptero de resgate foi alvejado

Sadettin Molla/Reuters
Imagem: Sadettin Molla/Reuters

Do UOL, em São Paulo

24/11/2015 18h23Atualizada em 24/11/2015 18h41

O porta-voz do Estado-Maior do Exército russo, general Sergei Roudskoi, confirmou nesta terça-feira (24) que um dos dois pilotos do caça russo abatido pela Turquia perto da fronteira com a Síria foi morto quando descia de paraquedas após ejetar. Segundo o general, rebeldes sírios também abriram fogo contra um helicóptero que conduzia as buscas pelo segundo piloto, matando um dos soldados da operação de resgate.

Segundo Roudskoi, o helicóptero alvejado foi danificado e precisou fazer um pouso de emergência "em território neutro". O soldado morto no incidente era integrante da Marinha russa.

"Uma operação de busca e resgate para evacuar os pilotos russos do local da queda do avião foi conduzida com o apoio de dois helicópteros Mi-8. Durante a operação, um helicóptero foi danificado por tiros e precisou pousar. Um soldado foi morto".

O restante da tripulação do helicóptero Mi-8 foi levada para a base aérea russa de Hmeimim, na Síria, depois que a aeronave foi atacada por um morteiro disparado dos territórios sob controle dos rebeldes, acrescentou o alto oficial.

O porta-voz não esclareceu a situação do segundo piloto, que o moderado Exército Livre Sírio diz que estar em seu poder, enquanto as milícias turcomanas asseguram ter matado os dois tripulantes do caça russo quando desciam em paraquedas. Ele garantiu que os trabalhos de resgate do segundo piloto "continuam".

"O local da queda do avião russo se encontra em território sírio, a 4 km. A tripulação da aeronave se ejetou. De acordo com informações preliminares, um dos pilotos morreu no ar, atingido por tiros disparados do chão", declarou o general.

Versões opostas

Segundo Roudskoi, o caça russo não entrou no espaço aéreo da Turquia e o Exército turco não teria tentado qualquer contato por rádio ou visual com a aeronave russa antes de abatê-la, ao contrário do que afirma Ancara.

Ainda segundo o general, o F-16 turco que derrubou a aeronave russa invadiu o espaço aéreo sírio, o que o alto oficial qualificou de ato de "violação flagrante do direito internacional", que terá "as mais graves consequências".

O presidente russo, Vladimir Putin, acusou a Turquia de ser "cúmplice do terrorismo" por derrubar o Su-24 quando sobrevoava o espaço aéreo da Síria em uma missão contra o grupo jihadista Estado Islâmico. Putin, que não perdeu a chance de lembrar que a Turquia é um país membro da Otan, advertiu que "este trágico acontecimento terá graves consequências para as relações russo-turcas".

Por sua vez, a Turquia insiste que o avião de guerra russo tinha violado seu espaço aéreo e seus pilotos ignoraram até dez advertências feitas em cinco minutos.

Segundo informou o Observatório Sírio de Direitos Humanos, a região do incidente, o norte da província de Latakia, no noroeste da Síria, está sendo cenário de enfrentamentos entre o Exército sírio e distintas facções jihadistas, como a Frente al Nusra.