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"Charlie Hebdo" desrespeita todas as religiões com nova capa, diz jornal do Vaticano

Homem lê edição do "Charlie Hebdo" em Nice, na França - ERIC GAILLARD
Homem lê edição do "Charlie Hebdo" em Nice, na França Imagem: ERIC GAILLARD

Do UOL, em São Paulo

06/01/2016 09h51

O jornal do Vaticano criticou a capa da edição do jornal satírico francês "Charlie Hebdo" que marcou o primeiro aniversário do ataque terrorista sofrido na sede da publicação, em janeiro de 2015. 

A edição com um milhão de cópias foi às bancas nesta quarta-feira (6) com uma charge que mostra Deus como um terrorista armado e os dizeres "Após um ano, o assassino ainda está à solta".

"Por trás da bandeira enganosa do secularismo intransigente, o semanário se esquece mais uma vez do que líderes religiosos de todas as confissões repetem incessantemente ao rejeitar a violência em nome da religião: que usar Deus para justificar o ódio é uma genuína blasfêmia, como o papa Francisco disse diversas vezes", escreveu o jornal em um comentário.

"Na escolha do Charlie Hebdo, há o triste paradoxo de um mundo que é cada vez mais sensível sobre ser politicamente correto, quase ao ponto do ridículo, mas não quer reconhecer or respeitar a crença dos fiéis em Deus, qualquer que seja sua religião", acrescentou ainda o texto.

O ataque dos irmãos Chérif e Saïd Kouachi contra a sede do semanário em Paris deixou 12 mortos, entre eles seu editor, Charb. 

Na terça-feira (5), o presidente francês, François Hollande, e a prefeita de Paris, Anne Hidalgo, inauguraram uma placa "em memória às vítimas do atentado terrorista contra a liberdade de expressão" perpetrado na redação do semanário.

O policial Ahmed Merabet, que tentou deter os terroristas e também foi morto, foi homenageado com outra placa nas proximidades. (Com agências internacionais)