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Em fórum, Obama nega que controle de armas busque desarmar população

Obama disse que está aberto ao diálogo com a Associação Nacional do Rifle (NRA, na sigla em inglês), que se negou a participar do fórum e se opõe à medida proposta pelo governo - Pablo Martinez Monsivais/AP
Obama disse que está aberto ao diálogo com a Associação Nacional do Rifle (NRA, na sigla em inglês), que se negou a participar do fórum e se opõe à medida proposta pelo governo Imagem: Pablo Martinez Monsivais/AP

Do UOL, em São Paulo

08/01/2016 03h43

O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, negou nesta quinta-feira (7) que as medidas executivas propostas na terça para controlar a venda de armas vise restringir o direito dos cidadãos de se armar.

O que tenho dito consistentemente ao longo da minha presidência é que respeito a Segunda Emenda (da Constituição). Respeito o direito de posse de armas. Respeito as pessoas que querem uma arma para sua proteção pessoal, caça ou esporte", disse Obama em fórum sobre o tema transmitido ao vivo pela rede CNN do campus da universidade George Mason, em Fairfax (Virgínia).

"Mas todos devem concordar que há sentido em fazer o possível para manter as armas fora do alcance de pessoas que querem provocar danos aos outros e a si mesmos", declarou o presidente, assinalando ainda que "em alguns lugares, comprar uma arma é mais barato que um livro".

Ao lado de vítimas e familiares de pessoas mortas em tiroteios, mas também diante de representantes do comércio de armas, Obama defendeu as medidas que visam evitar que armas caiam nas mãos de pessoas com problemas mentais e antecedentes criminais e, com isso, reduzir o alto índice de mortes violentas, o mais alto de um país industrializado.

"Não vamos eliminar a violência com armas, mas podemos reduzi-la", assinalou o presidente, lembrando que 30 mil pessoas morrem anualmente no país por causa das armas, incluindo 3 mil suicidas.

"Minhas posições não são radicais, mas se criou uma atmosfera em que, se apresentamos uma proposta com bom senso e modesta, que respeita a Segunda Emenda (da Constituição), a mesma é classificada como uma tentativa minha de confiscar as armas de todos", lamentou o presidente.

A Segunda Emenda da Constituição defende o direito de portar armas, mas são as leis que devem determinar os controles na hora de ter acesso a armas com cada vez maior capacidade de fogo

Aumento do controle

O pacote de medidas do governo determina a verificação de antecedentes criminais na compra de armamento através de grupos, sociedades ou organizações locais, e inclui o aumento substancial do pessoal especializado que ficará encarregado de checar os antecedentes.

Também determina a checagem de antecedentes criminais de vendedores de armas de fogo - um requisito para obter uma licença - não só para aqueles que operam em um espaço físico, mas também para os que o fazem pela internet ou nas feiras de armamentos montadas em centros comerciais.

O governo propõe ainda aumentar a ajuda a pessoas que sofrem de transtornos mentais graves e incentivar o desenvolvimento de tecnologias para aumentar a segurança das armas de fogo.

O poderoso grupo de pressão americano das armas, o National Rifle Association (NRA), negou-se a participar do programa organizado pela CNN. (Com agências internacionais)