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No último discurso da União, Obama pede que partidos "busquem trabalhar juntos"

Entre o vice-presidente Joe Biden e o presidente da Câmara dos Representantes dos EUA Paul Ryan, Obama fez seu último discurso do Estado da União - Michael Reynolds/EFE
Entre o vice-presidente Joe Biden e o presidente da Câmara dos Representantes dos EUA Paul Ryan, Obama fez seu último discurso do Estado da União Imagem: Michael Reynolds/EFE

Do UOL, em São Paulo

13/01/2016 02h16

O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, defendeu que os partidos "busquem formas de trabalhar juntos" em prol do que ele disse serem interesses suprapartidários do povo americano. A afirmação foi feita no último discurso do Estado da União do seu mandato. O pronunciamento é uma obrigação anual dos presidentes definida na constituição americana e dirigido ao Congresso do país.

Entre as questões levantadas pelo presidente estavam aspectos relativos à economia do país, de segurança nacional, política internacional e o combate ao aquecimento global, focando especialmente na mudança da matriz energética do país.

"Vivemos uma época de mudanças extraordinárias, que podem trazer oportunidades ou aprofundar desigualdades. Lutamos por um futuro melhor e temos de agir de uma forma nova", disse

Obama colocou como questões essenciais para os EUA a ampliação das oportunidades econômicas, o uso da tecnologia para que trabalhe a favor e não contra as pessoas, a manutenção da segurança dos EUA e a criação de mecanismos para que as políticas "reflitam o que há de melhor nas pessoas".

O presidente americano destacou que o país estaria liderando as iniciativas mundiais de mudança da matriz energética. "Reduzimos a importação de petróleo e a emissão de carbono mais do que qualquer outro país e temos de acelerar essa transição para fontes de energia limpa. Temos de mostrar para onde está indo a humanidade apontando melhor o custo total que as fontes atuais impõem às comunidade e ao planeta".

Terrorismo

O presidente destacou o poderio militar do país. "Nós temos mais gastos militares do que as oito nações seguintes somadas. Nossas tropas são a melhor força de combate da história do mundo. Nenhuma nação ousa nos atacar ou a nossos aliados porque sabem que seria o caminho para a ruína."

Ele enfatizou que o país vai manter a política de combate ao terrorismo, repetindo a intenção de "destruir" o Estado Islâmico (EI) e a Al-Qaeda. "Precisamos chamá-los pelo que são: assassinos que precisam ser caçados e eliminados", disse.

O presidente americano admitiu que tanto a Al-Qaeda como o EI "representam uma ameaça direta", mas minimizou e afirmou que "eles não ameaçam nossa existência nacional".

Obama reiterou sua promessa de tentar fechar a prisão de Guantánamo, que chamou de "cara e desnecessária". Essa prisão, localizada em Cuba, "só serve como panfleto de recrutamento para nossos inimigos", ressaltou o presidente.

Política internacional

Entre as mudanças na condução da política internacional, destacou o acordo nuclear com o Irã e a retomada de relações diplomáticas com Cuba, pedindo ao Congresso americano que reconheça que "a Guerra Fria terminou" e suspenda o embargo comercial a Cuba.

"Vocês querem consolidar nossa liderança e credibilidade no continente? Reconheçam que a Guerra Fria terminou. Suspendam o embargo", disse Obama.

Muçulmanos

O presidente afirmou que "insultar" os muçulmanos não torna o país "mais seguro" e "trai" a essência do que significa ser americano, em uma clara referência ao pré-candidato presidencial republicano Donald Trump.

"Quando os políticos insultam os muçulmanos, uma mesquita é destruída e uma criança é intimidada, isso não nos torna mais seguros. É simplesmente incorreto. Isso nos diminui perante os olhos do mundo", enfatizou Obama.

Por isso, Obama pediu que os americanos "rejeitem" qualquer política que ataque as pessoas "por motivos de raça ou religião" e ressaltou que o mundo inteiro "respeita" os EUA por sua "diversidade" e "abertura". (Com EFE)